‘Vovó descolada’, chef leva cuxá e sururu a patamares artísticos no fogão

De voz doce e sempre de sorriso no rosto, Maristela Franco, 62 anos, gosta de puxar papo com os clientes, indo à mesa e ajudando-os a decidir quanto ao cardápio do seu badalado restaurante, o Armazém do Chef (@armazemdochef), em São Luis (MA). Recebendo famosos, como Denise Fraga, Zeca Camargo, padre Fabio de Melo e Raimundo Fagner, entre tantos outros, a antiga publicitária e produtora de eventos, com dois filhos e três netos, apostou em uma tradição herdada de família. É na conjunção de arte e gastronomia que faz seu nome brilhar.

A ligação com o mundo das artes ultrapassa os clientes: nas paredes  ela valoriza os artistas locais, com obras espalhadas por todo o espaço. Além de ser um dos 98 associados do Boa Lembrança (@boalembranca) –  associação de restaurantes que a cada ano produz uma cerâmica pintada à mão, com um design personalizado alusivo a receita de cada prato, seu estabelecimento valoriza as comidas e ingredientes típicos da região – como a pescada, o caranguejo, o cuxá e o sururu. Sua virada de vida, ela diz, veio quando completou 50 anos.

“Sempre gostei de cozinhar, porque venho de uma família de italianos. Minha avó ensinava, antes de andar, ir para a cozinha. Todo final de semana, recebia os artistas na minha casa. Montava um palcozinho, eles vinham cantar e eu cozinhava. Primeiro éramos 12, depois virou 15, 20, 30, e não aguentava mais ficar todo final de semana cozinhando. Aí me deram a ideia de abrir um restaurante. Queria um local onde as pessoas não fossem por acidente, não uma área gourmet. Quando abri não tinha nada perto. Queria que a pessoa vivesse pela experiência, além de uma boa comida, que apreciasse o que tem nas paredes e conhecesse um pouco da cultura do Maranhão. Meu neto fala: ‘vovó, quero fazer o que você faz, porque acho muito massa, você é uma avó muito descolada'”, diz à coluna GENTE.

Além da cozinha do Armazém do Chef, Maristela está à frente de outros dois restaurantes na capital e planeja abrir um terceiro, que promete ser uma “volta ao mundo de sabores”. Isso porque, além das artes e da comida, ela também ama viajar – já conheceu 93 países. Seus sabores ultrapassam fronteiras.

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