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O rap embebido em fé de Kanye West

O cantor americano lança 'Jesus is King', em que fala como aceitou a religião e narra a história de superação de uma estrela do showbiz

Por Sérgio Martins Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 nov 2019, 13h18 - Publicado em 8 nov 2019, 12h56
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  • Kanye West se apresenta no Madison Square Garden, em Nova York, nos Estados Unidos
    Além da Gap, Kanye West também cria tênis para a Adidas e já colaborou com grifes como Louis Vuitton -  (Dimitrios Kambouris/Getty Images)

    “Os humildes serão exaltados, e os exaltados serão humilhados”, disse certa vez o Filho de um carpinteiro nascido na Galileia. Pois o rapper americano Kanye West, cristão e que acaba de lançar um dos discos gospel mais bem-sucedidos da história – Jesus is King, que nessa semana chegou ao primeiro lugar da parada americana – não prestou muita atenção nessa parte do discurso do nazareno. Num recente seminário musical realizado nos Estados Unidos, ele disse que pretende adicionar ao seu nome as palavras Cristão, Gênio e Bilionário. “Quando as pessoas dizem que é grosseiro dizerem que são bilionárias, penso em adotar esse nome por um ano”.

    Cristianismo e megalomania sempre fizeram parte do dia-a-dia do versejador de 42 anos, um dos melhores de sua geração. Na canção Jesus Walks, de 2004, o rapper tinha dúvidas em expressar a sua devoção. “Eu quero falar com Deus, mas estou com medo porque não nos falamos há muito tempo”, dizia a letra. Hoje essa questão não é mais problema para West, que relata: “Quero falar com Deus, não tenho medo”. A questão do ego, embora presente nas atitudes do rapper, casado com a celebridade Kim Kardashian, é um dos pontos centrais de Jesus is King. Conceitualmente, vai ao encontro dos discos anteriores do rapper, sempre disposto a contar uma história. No caso, sobre alguém que desejar servir a Deus, mas é dominado pelo medo e pelo ego. Ele é apresentado na canção Selah como um sujeito agressivo e abusivo – chega a gritar com o motorista –, mas temente a Deus. No fundo, se sente traído pelos amigos e por si próprio. Estende as mãos para o Senhor, mas lhe falta confiança (Follow God). Ironiza a própria religião, mas se mostra preocupado com a família e as tentações da sociedade (Closed on Sunday).

    Everything We Need está estrategicamente colocada no meio de Jesus is King. Porque ela mostra a redenção do tipo descrito por West nas primeiras faixas do álbum. Everything… é o momento em que supera suas questões internas e aceita Deus. Para isso, é batizado (Water), renega o pecado (Hands On) e abraça a religião com fervor (Jesus is Lord). Mas é uma pregação empolgante. Produzido por West e pelo argentino Federico Vindver (que, assim como o rapper, é cristão), tem rap, samples, bateria eletrônica, mas também traz um coro gospel e naipes de metais.

    Kanye West tem sido criticado por seu apoio ao presidente americano Donald Trump e por pronunciamentos imbecis como aquele em que opinou que os negros “optaram” por serem escravos. O lado explosivo do rapper, contudo, deve ser relevado na hora de escutar Jesus is King. Numa matéria do Financial Times, líderes religiosos americanos ressaltaram a importância de que um astro da categoria de West assuma valores cristãos. Um ato de fé que tem mudado até a maneira dos fãs do rapper encararem a religião. West não confirmou se seus próximos lançamentos serão também de cunho religioso, mas Jesus is King é um ótimo disco devocional. Se o rapper recair no narcisismo depois da experiência, vale dar aquele conselho cristão: perdoai-o, Senhor, ele não sabe o que faz.

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