Billy F. Gibbons: de volta ao blues rock suingado do ZZ Top
Muitas das qualidades do disco 'Big Bad Blues' se devem à presença de uma seção rítmica vigorosa, a cargo do baixista Joe Hardy e do baterista Matt Sorum
(Hellion Records) Guitarrista do trio de barbudos texanos ZZ Top, Billy F. Gibbons estreou em carreira-solo três anos atrás, com um álbum que fazia referências aos ritmos de Cuba. Em seu novo trabalho, ele passeia por um terreno mais próximo da sonoridade de sua banda original — o blues rock. Só que Big Bad Blues é mais pesado que as incursões do ZZ Top pelo gênero. Muitas das qualidades do disco se devem à presença de uma seção rítmica vigorosa, a cargo do baixista Joe Hardy e do baterista Matt Sorum (ex-Guns N’ Roses, que desce a mão com fúria no instrumento), enriquecida por um hábil gaitista (James Harman). Gibbons se diverte como poucos: recruta a mulher para trabalhar como letrista — Gilly Stillwater é autora da faixa de abertura, Missin’ You’ Kissin’ — e cria composições como My Baby She Rocks, perfeita para ser escutada num pub, sorvendo muitos litros de cerveja. A paixão do guitarrista pelo blues rock se faz patente também nas homenagens a grandes nomes dessa seara musical: Bo Diddley e Muddy Waters tiveram duas de suas canções regravadas pelo texano. A versão dele para Rollin’ and Tumblin’ é, aliás, uma das melhores leituras do clássico de Waters.