Na última sexta-feira (8), a corredora australiana Turia Pitt ganhou destaque no Instagram após postar uma foto com seu filho recém-nascido, Hakavai Hoskin, no colo. A publicação, que tem quase 500 mil curtidas e mais de 30 mil comentários, viralizou por causa da história de vida da atleta.
Em setembro de 2011, Turia Pitt corria uma ultramaratona de cem quilômetros em Kimberley, na região oeste da Austrália, quando um repentino incêndio florestal atingiu os participantes. A atleta, que tinha 24 anos, sofreu queimaduras em 65% do corpo e foi submetida a mais de 200 cirurgias plásticas de reparação. Os responsáveis pelo resgate dos atletas disseram, na época, ao programa 60 Minutes, da emissora australiana 9Now, que uma das dificuldades encontradas foi a distância entre o local de prova e áreas com infraestrutura suficiente para o atendimento. Ao programa, Turia conta que o socorro só chegou após quatro horas.
“Em determinado momento, comecei a chorar. Depois parei e cobri a cabeça com o meu casaco, porque não havia para onde ir. Ficava cada vez mais quente, não suportava o calor e, por isso, levantei-me e tentei correr. Foi aí que fiquei queimada. Quando o fogo passou, tudo era apenas negro e quente”, disse ao 60 minutes.
O diagnóstico médico dizia que a atleta não poderia mais treinar. Além disso, a australiana corria risco de morrrer, já que teve boa parte do corpo comprometida. Porém, no ano passado, a corredora competiu e completou uma das provas mais difíceis do esporte, o IronMan, na etapa mundial no Havaí. Seis anos após o incêndio, Turia agora comemora a chegada de seu primeiro filho.
A importância da cirurgia
Segundo o médico David Gomez, especialista em queimaduras e cirurgias plásticas do Hospital das Clínicas, queimaduras profundas, de terceiro grau, demandam uma cirurgia que consiste em colocar um fragmento de pele de outra parte do corpo no local queimado. “A técnica é conhecida como enxertia de pele”, diz.
Ainda segundo Gomez, caso a cirurgia não seja realizada, o órgão ou parte do corpo afetados podem apresentar deformidades durante o desenvolvimento. “De modo geral, se não for feito esse procedimento, as cicatrizes dificultarão o desenvolvimento da pele, causando sua retração”, explica.