Memeirelles: o candidato de Temer, mas aquele 1% é ‘Star Trek’
"Dentistas. Esse é o canal" e outras piadas do presidenciável do MDB para arejar a imagem com a linguagem dos memes
Patinando nas pesquisas, com o predicado de ser o candidato “oficial” do governo de Michel Temer e ainda confundido com o tucano Geraldo Alckmin, o postulante do MDB à Presidência Henrique Meirelles aposta suas fichas nas redes sociais para tentar rejuvenescer, descontrair, arejar sua imagem.
No Facebook, a campanha do emedebista tem investido em conteúdos para públicos muito específicos. De churrasqueiros a hipsters. Com cores berrantes e alto contraste, sua campanha tenta reproduzir a estética popularizada pelos memes. E isso inclui piadas de gosto duvidoso. “Dentistas. Chega de candidato boca suja”, diz uma mensagem que atingiu 34% de mulheres entre 45 e 54 anos. Variação para a mesma categoria: “Dentistas. Esse é o canal”.
Em outra mensagem direcionada, Meirelles tenta fazer crer que é fã de tecnologia, jogos eletrônicos e super-heróis: “Geeks, ele é um dos nossos”. Se convenceu ou não, a publicação atingiu 35% de homens entre 18 e 24 anos. A lista segue com “modernosos”, “galera fitness”, “hipsters”, “harleyros” (fãs da fábrica de motos Harley-Davidson), “dorminhocos”, “distraídos”, “capoeiristas” e “bravinhos”.
Os fãs da série Star Trek ganharam uma publicação com direito a montagem do candidato como personagem da série de ficção científica. Para não perder o voto dos seguidores da saga Star Wars, notórios “rivais” dos trekkers entre o público nerd, a equipe do candidato também preparou um post endereçado aos “jedis”.
Sob o risco de passar vexame com uma comunicação surpreendente para sua imagem, a campanha de Meirelles, por outro lado, tem a vantagem de poder correr mais riscos. Afinal, com no máximo 2% nas pesquisas de intenção de voto a depender do cenário, o ex-ministro da Fazenda não tem muito a perder.
Até agora, Meirelles é o candidato que mais utilizou a promoção de conteúdo no Facebook, uma novidade da Lei Eleitoral. Foram 82 anúncios, bem à frente de João Amoêdo (Novo), com dezesseis propagandas desse tipo e Guilherme Boulos (PSOL), com quatro. Os outros dez concorrentes ainda não utilizaram o recurso.
O candidato declarou ao Tribunal Superior Eleitoral já ter gasto 50.000 reais com o impulsionamento de conteúdos nas redes sociais. Amoêdo e Boulos ainda não declararam quanto gastaram com essa estratégia.
Pelo Facebook é possível saber a faixa de preço de cada impulsionamento. As mensagem para os dentistas e geeks, por exemplo, custaram, cada uma, entre 1.000 e 5.000 reais. A divulgação do primeiro vídeo de campanha “vazado”, com direcionamento para cada estado, custa até 499 reais. Além de garantir que a mensagem chegue ao público escolhido, a segmentação regional é especialmente útil para a mensuração de desempenho.
Afinidades
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