Ainda na primeira infância começam a despontar as diferenças sociais entre meninos e meninas. Elas são bombardeadas com presentes como panelinhas, bonecas e acessórios, sempre ensinadas sobre a importância de saber cuidar da casa, dos filhos, da aparência. Enquanto isso, os colegas ganham carrinhos, bolas e aprendem as brincadeiras mais radicais.
Anos depois, com mais autonomia, as meninas começam a assumir responsabilidades dentro de casa, lavando louças, arrumando o quarto e preparando receitas simples. É claro que essas atividades são importantíssimas para formar adultos responsáveis e autossuficientes. Acontece que os meninos são eximidos destas tarefas simplesmente porque a tradição diz que não cabe a eles se envolverem com essas funções. E os pais apenas reproduzem a cultura machista que lhes foi ensinada.
Segundo pesquisa feita pela Plan Internacional feita com adolescentes entre 14 e 19 anos, dentro de casa elas ainda realizam o dobro de trabalhos domésticos (67,2% das meninas contra 31,9% dos meninos). Esta mesma estrutura social que tira tempo de lazer e estudo dessas jovens, incentiva os homens a buscarem esposas que façam todo o árduo e invisível trabalho doméstico.