Peplum: o segredo fashion da cintura que você nem sabia que existia
Entre mitos de sereia, estrelas de Hollywood e passarelas internacionais, o detalhe que deixa a silhueta mais feminina da moda volta a encantar

A não ser que tenha alguma proximidade com o mundo da moda, muita gente não faz ideia do que seja um peplum. Pois bem, é aquele detalhe de tecido que brota na cintura como um segredo de alfaiataria, capaz de transformar toda a silhueta. Não é só um babado ou um volume extra: é uma estrutura pensada para valorizar o quadril, afinar a cintura e criar curvas, embora a maioria das pessoas nem perceba — mesmo cruzando com ele todos os dias por ele em vitrines de luxo e tapetes vermelhos.
É como um truque de ilusão fashion: discreto para quem não olha de perto, mágico para quem entende de estilo. Ora contido, ora exuberante, o peplum se abre na cintura e mergulha no quadril, dando movimento ao vestido ou à blusa. Funciona quase como uma “aba” estruturada, que lembra uma mini saia ou ondulação e remete ao imaginário das sereias. “A força da silhueta ampulheta voltou a ganhar destaque no começo dos anos 2000 e, em 2025, ressurge com mais movimento, volume e até um toque de diversão”, explica a stylist Vivi Ruiz.
Quem começou essa nova onda do peplum foi Emma Stone. Em 2024, a atriz brilhou no Oscar em um vestido verde menta da Louis Vuitton, de peplum volumoso, que acentuava a cintura e vaorizava o quadril. No mesmo ano, Zendaya arrebatou os fashionistas no MET Gala com um modelo preto vintage de 1996 da Givenchy, desenhado por John Galliano, composto de um corpete rendado, mangas bufantes ombro a ombro, saia volumosa e peplum estruturado.
Já em 2025, Emma voltou a apostar na tendência no Festival de Veneza, desta vez em versão “bubble hem”, também da Louis Vuitton – moderna e sofisticada. No Oscar, Ariana Grande roubou a cena em um Schiaparelli cor-de-rosa, no melhor estilo Glinda de “Wicked” e no MTV Video Music Awards, com um modelo de bolinhas da Fendi. Cynthia Erivo, sua parceira de cena, foi eleita uma das mais bem-vestidas do Globo de Ouro com um Louis Vuitton de peplum imponente.
Entre os destaques da temporada ainda estiveram Fernanda Torres com seu pretinho nada básico de alta-costura da Chanel no tapete vermelho do Oscar; Sabrina Carpenter, em um longo sexy de plumas assinado por JW Anderson no Grammy; e Krys Marshall, a bordo de um modelo diferentão de Sebastian Gunawan, no Emmy – todas rodopiando em versões ousadas do detalhe.
No Brasil, Juliana Paes atraiu holofotes em um modelo prateado de Patrícia Bonaldi e a apresentadora Pryscilla Paiva apareceu poderosa em um conjunto branco escultural da Aluase — quase como uma armadura fashion. O detalhe remonta à Grécia Antiga, do “peplos”, túnicas usadas pelas mulheres helênicas, e que foi revisitado por Christian Dior nos anos 1940, no icônico New Look, tornando-se símbolo de cintura marcada.
Sereias modernas
Agora, maisons como McQueen, Balmain e Schiaparelli exploram os peplums em volumes arquitetônicos, tecidos tecnológicos e cortes de precisão. Nas passarelas de 2025, Erdem, Bally e Ashlyn apresentaram tops e vestidos com o detalhe que transitam entre o glamour do tapete vermelho e a estética urbana contemporânea.
Nas redes, fashionistas replicam o efeito sereístico, transformando o peplum em desejo coletivo. O impacto é imediato: ao projetar o quadril, a peça cria a ilusão de cintura mais fina e realça as curvas naturais do corpo. Pode surgir no dia a dia em blusas de alfaiataria com saias lápis ou calças sequinhas; e, à noite, ganhar força em vestidos esculturais. “Em tecidos estruturados, o peplum traduz força; em fluidos, revela feminilidade e leveza. O segredo é o equilíbrio”, pontua Vivi.
De qualquer forma, o peplum é símbolo da eterna busca da moda por traduzir, em tecido e movimento, a delicadeza e a potência da mulher contemporânea em forma e silhuetas. Algo, que sem dúvida, traz mais poesia ao vestir feminino.
Veja os looks:










