Agradar todo mundo é o caminho mais rápido para se perder de si
Quando dizer “sim” aos outros só sabota a nossa vida

Você já disse “sim” querendo dizer “não”?
Talvez isso aconteça mais vezes do que você gostaria. Você recebe um convite, um pedido, uma demanda e, mesmo que seu coração diga “não”, sua boca responde “sim”.
Depois, vem o arrependimento.
Por que fazemos isso, mesmo quando sabemos que vai nos custar caro?
Seu cérebro acha que dizer “não” é perigoso
A ciência explica: quando você pensa em dizer “não”, seu cérebro interpreta isso como uma ameaça: “vão ficar chateados comigo”, “vão achar que sou egoísta”, ou “não vão gostar mais de mim”.
Essa percepção de perigo ativa seu sistema de luta, fuga ou congelamento.
Esse pensamento dispara um alarme interno, para o cérebro, é como estar em perigo real. Essa reação automática ativa o que chamamos de sistema de luta, fuga ou congelamento.
Talvez, você sinta o corpo tensionar, o coração acelerar, ou um desconforto difícil de explicar. E para fugir do desconforto, você diz “sim”.
Na prática, você não está escolhendo de forma consciente. Está só tentando evitar culpa, conflito e rejeição.
Você paga por cada “sim” que responde
Toda vez que você diz “sim” para agradar, está dizendo “não” para outra coisa importante:
Você diz “sim” a um novo projeto no trabalho, e “não” ao fim de semana com seu filho.
Diz “sim” a mais um favor no fim do dia, e “não” para o seu descanso.
Diz “sim” para evitar conflito, e “não” para sua verdade.
E, com o tempo, esse acúmulo de “nãos” para si mesmo se transforma em exaustão, ansiedade e perda de direção.
Dizer “não” não afasta as pessoas
Minha avó costumava dizer: “o ‘não’ deveria ser dito tanto quanto o ‘sim’.”
A diferença é que o “não” assusta, porque ele exige coragem e revela o que realmente importa para você.
Dizer “não” é se posicionar e escolher com intenção, não com medo.
O problema não é dizer “sim”. É dizer “sim” no automático, sem se perguntar:
“Isso está alinhado com o que importa de verdade pra mim?”
Porque, quando não está, você está se afastando dos seus próprios valores e chamando isso de gentileza.
Pausar é o primeiro passo
Se você costuma dizer “sim” quando queria responder “não”, experimente fazer uma pausa.
Só respire e se pergunte:
“Se eu estivesse decidindo com base nos meus valores — e não no medo — o que eu escolheria agora?”
Esse espaço entre o impulso e a resposta é onde mora a sua liberdade. É ali que você começa a viver com ousadia.
Se no fundo você sabe que é “não”, diga
Tem um truque que costumo ensinar aos meus clientes e que uso comigo mesma:
Se no fundo você sabe que é não, diga o mais rápido possível.
Esperar demais só dá espaço para o cérebro tentar te convencer a ceder.
E você pode dizer “não” de um jeito firme e gentil. Algo como:
- “Queria muito ajudar, mas não vou conseguir.”
- “Agradeço o convite, mas vou precisar recusar desta vez.”
Simples, verdadeiro e libertador.
As demandas externas não vão parar. Mas só você pode decidir o que é prioridade e o que não é.
Porque, quando vive dizendo “sim” para todo mundo, o que você perde é você.
E não existe aprovação no mundo que preencha o vazio de estar desconectado da própria verdade.
Na próxima vez que o impulso de agradar vier mais forte que o seu limite, lembre: você não precisa estar sempre disponível para ser amado.
Mas precisa estar inteiro para viver com verdade.
Se essa coluna te colocou para pensar, me conta? Eu adoro conversar com os leitores no meu perfil do Instagram e espero sua mensagem.