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Walcyr Carrasco

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Na selva das redes

Navegar nelas sem cometer gafes é uma missão impossível

Por Walcyr Carrasco Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 16 mar 2025, 08h00

Comentar o post de alguém sempre é um drama. Se é aniversário e não comenta, o amigo vira inimigo. Se você deixa um comentário, pode parecer que está forçando uma amizade. Tem gente que olha detalhadamente cada like e forma uma opinião a meu, a seu respeito. Em geral, negativa. Se o amigo é próximo e você deixa um simples parabéns, pode ser acusado de secura. Se deixar um textão, é porque é chato. Não há equilíbrio. Outro dia, encontrei uma amiga que me acusou de não lhe dar parabéns desde 2021. Respondi: “Pensei que, com esse tanto de procedimentos estéticos, tinha parado de fazer aniversário”. Mais brava, continuou com o drama: “Você me mandava orquídeas e agora nem parabéns pelas redes”. Silêncio sepulcral. No dia anterior, eu tinha mandado uma orquídea para outra amiga, que postou a foto. E eu havia repostado. Tomei consciência de que esse simples repost deve ter gerado um batalhão de inimigos. Para sair da situação, gravei no meu celular um parabéns cantado especial para ela, para enviar no próximo aniversário. A questão agora é lembrar e encontrar o vídeo na ocasião, tantos são os vídeos e fotos arquivados para nunca mais serem encontrados.

Imagine a cena: estou tranquilamente rolando o feed e deparo com a foto de um colega de trabalho que postou uma foto no espelho da academia. O famoso biscoito. Mas ele não é realmente um biscoito. Está mais para uma bolacha embolorada. Na foto, porém, percebo que ele se sente o máximo. Devo curtir? Seria o máximo de falsidade da minha parte. Não curto, por uma questão de sinceridade interior. No dia seguinte, ele me cumprimenta ofendido. “Por que não me deu um like?”. Respondo falsamente: “Like, que like? Os algoritmos não mostraram”. Ele abre seu celular, exibe a foto e eu humildemente vou no meu e boto o like que ele quer. Agora me pergunto: o que as pessoas fazem com os likes? Se fosse Pix, eu entenderia.

“Tem gente que olha detalhadamente cada like e forma uma opinião a meu, a seu respeito. Em geral, negativa”

O LinkedIn, voltado para o mundo profissional, também tem suas peculiaridades. Lá, todos são “apaixonados” por suas funções e “entusiasmados” com novas oportunidades. Mas cuidado ao parabenizar alguém por um novo cargo. Há chances de ser uma atualização antiga que você interpretou erroneamente.

Existem ruas perigosas nas redes sociais, onde, se você deixa um simples comentário, cria uma legião de haters instantaneamente e corre o risco de ser cancelado. E tudo fica gravado pela eternidade. A qualquer momento, daqui a dez, vinte anos, alguém ou uma inteligência artificial pode resgatar a bobagem que você escreveu sem pensar. Você pode deixar um casamento, mudar de cidade, até de país. Mudar de vida. Mas com a internet, não tem nada disso. O que você escrever está gravado em pedra. Até aquela foto da época em que você resolveu inovar o visual com uma franja está registrada para sempre. A regra não escrita que está por trás disso tudo é prender nossa atenção. Quanto mais tempo dedicarem a seu post, mais alguém vai faturar. Quem? Lamento informar, mas dificilmente será você.

Publicado em VEJA de 14 de março de 2025, edição nº 2935

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