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Walcyr Carrasco

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Tomei a vacina!

A emoção de ser imunizado contra a Covid-19 — e sem furar a fila

Por Walcyr Carrasco Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 14h11 - Publicado em 2 abr 2021, 06h00
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  • Frasco de vacina contra a covid-19 -
    Frasco de vacina contra a Covid-19 - (Egberto Nogueira/VEJA)

    Finalmente chegou minha vez! Graças a uma antecipação de idade em São Paulo, tomei minha primeira dose de vacina anti-Covid. Puxa vida, que espera! Aguardei a invenção das vacinas. Depois, a fabricação. E aí veio o momento de levar a picada. Minha família sempre valorizou as vacinas. Criança, tomei contra a poliomielite. Tive até um amigo de escola com paralisia infantil, portanto, o risco era bem presente. Também tomei (e isso prova que sou de época) contra a varíola. Alta­men­te infecciosa, a doença matava cerca de 30% dos contaminados, principalmente bebês. Deixava sequelas, como cegueira e marcas por todo o corpo. O último caso relatado foi em 1977. Erra­di­ca­da graças à vacinação. Só existe em algum laboratório de alta segurança, atrás de portas blindadas, para estudo, nos Estados Unidos e talvez em outros países.

    Sou muito grato por amar minha profissão, trabalhar em casa, e saber ficar sozinho. Confinamento não é difícil para nenhum autor de novelas ou série de televisão. A gente escreve dezenas de páginas por dia. Escritores de livros, teatro, poetas também amam ficar sozinhos. Ou vocês acham que Erico Verissimo escreveu O Tempo e o Vento indo a churrasco com os amigos? Eu gosto de vida social, não nego. Mas não exaustivamente. Também para outras pessoas — não necessariamente escritores — ficar mais tempo com a família, concentrar-se em si mesmo, teve um efeito positivo. Claro, engordei. Mas agora estou começando um regime — provavelmente o centésimo da minha vida, enquanto minha barriga só aumenta.

    “Espero pela segunda dose. E por certa liberdade. Mas não muita. Há novas cepas do vírus por aí”

    Perdi amigos, que me acharam radical. Os sinceros entenderam minha rigidez. Se nos encontrávamos, faziam teste de Covid antes. Afinal, sou grupo de risco. Mas tenho de confessar uma coisa. Tive a enorme tentação de furar a fila. Em conversa com minha amiga Lucília, ela disse que jamais faria isso. Foi um alerta precioso. Em situações extremas se descobre quem a gente realmente é. Não sou esse cara capaz de furar fila e talvez enviar alguém diretamente para a UTI. Eu me inscrevi, sim, nos postos de saúde, no caso de sobrar vacina — em São Paulo é legalmente permitido. Muita gente tem sido chamada, e aproveitam material que ia ser descartado. Eu não fui. Mas há três ou quatro semanas um amigo me procurou. Tinha um esquema certeiro, através de uma tia que coordena um posto de saúde. Eu me recusei. Se sou contra os outros furarem, por que vou furar? É preciso ser coerente com o que se pensa.

    Meu dia chegou no tempo certo. Acordei cedo. E, rapidamente, tinha tomado minha vacina. Viva o SUS! O tratamento é de Primeiro Mundo! A picada doeu, mas faz parte!

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    No dia seguinte, eu me senti cansado. Tinha medo de reações adversas. Mas estou bem. Sentindo dor pelos que partiram, não conseguiram resistir. Cada dia alguém é hospitalizado, ou vai embora, muita gente que conheço!

    Espero pela segunda dose. E por uma certa liberdade. Mas não muita. Há novas cepas do vírus por aí. O confinamento, maior ou menor, não sai mais da nossa vida.

    Publicado em VEJA de 7 de abril de 2021, edição nº 2732

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