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Além das praias e passarelas: como o biquíni anda conquistando as ruas?

Transformações tem a ver com comportamento: mais do que traje de banho, hoje é símbolo cultural, peça de moda e termômetro social

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jul 2025, 14h44 - Publicado em 4 jul 2025, 14h38

Popularizado nas areias, mas cada vez mais presente nas ruas e, até em eventos noturnos – faça sol, faça chuva (ou o frio que assola parte do país) – o biquíni se consolida como uma das peças mais emblemáticas da moda contemporânea. Celebrado em 5 de julho (neste sábado), o “Dia Mundial do Biquíni” marca não só sua criação oficial em 1946, pelo estilista francês Louis Réard, como também suas muitas transformações ao longo de quase oito décadas — da polêmica ao empoderamento, da praia à passarela.

Desde sua estreia explosiva na piscina Molitor, em Paris, o biquíni desafia regras. Inicialmente rejeitado por seu tamanho considerado escandaloso, foi proibido em diversos países e renegado por modelos profissionais. Mas a ousadia de Réard — que batizou a peça com o nome do Atol de Bikini, onde os EUA faziam testes nucleares — ecoou no tempo, tonando-se um estopim cultural.

Nas décadas seguintes, o biquíni deixou de ser apenas um traje de banho para se transformar em um símbolo de libertação feminina. No Brasil, ganhou novos contornos e protagonismo: foi o palco de escândalos (como o da atriz Leila Diniz grávida, nos anos 1970), de revoluções estéticas (com a chegada do asa-delta nos anos 1980) e de tendências exportadas para o mundo, como o fio-dental.

A partir dos anos 1990, a moda praia brasileira começou a dialogar com a moda global, incorporando minimalismo, esportividade e, mais recentemente, demandas por inclusão, diversidade e multifuncionalidade. Nesse novo cenário, o biquíni deixa de ser coadjuvante para ocupar um lugar mais amplo e versátil no guarda-roupa.

É o que observa Adriana Bozon, diretora criativa e de branding da Salinas, uma das marcas brasileiras que lideram esse movimento de reinvenção. “Nos últimos anos, o beachwear se transformou e passou a ser uma aposta além da praia. Os looks também se tornaram funcionais para diferentes ocasiões na cidade e até mesmo eventos noturnos”, diz a VEJA.

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Segundo ela, essa mudança impulsionou um novo posicionamento das marcas. “As pessoas usam top, biquíni ou maiô e já estão arrumadas para sair à noite. Foi uma mudança de comportamento mesmo”, completa.

Lindos e funcionais

Atenta a essa evolução, a Salinas apostou em colaborações ousadas como a parceria com a Swarovski, trazendo mais brilho para o universo da moda praia. “Os biquínis ‘statement’ com aplicações de flores em 3D também são usados para ocasiões além da praia e representam uma forte tendência”, explica Adriana.

Essa expansão também marcou o retorno da marca a São Paulo Fashion Week em 2023. “Apresentamos peças leves e versáteis com referências urbanas e contemporâneas – entre elas, conjuntos de blusas e shorts de linho, e maiôs que podem virar bodies para um visual noturno. A nossa ideia foi compor looks para o pós-praia e para a cidade.”

Mais do que uma peça de vestuário, o biquíni continua sendo um campo de disputas simbólicas, de expressão de estilo e identidade, e de conexão com os novos modos de viver. O beachwear do futuro, ao que tudo indica, não se limita mais às ondas do mar, mas sim pode acompanhar a mulher onde ela quiser estar.

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