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Após quatro meses fechado, Museu da Diversidade Sexual reabre em SP

Liminar que suspendia o contrato de gestão do equipamento entre o governo do estado e o Instituto Odeon foi cassada

Por Alessandro Giannini Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 1 set 2022, 13h54 - Publicado em 31 ago 2022, 18h44

Uma liminar que manteve o Museu da Diversidade Sexual, no centro de São Paulo, fechado durante quatro meses foi cassada por decisão da Justiça. O equipamento cultural do governo estadual reabre na sexta-feira, dia 2, com a manutenção do contrato de gestão com a organização social Instituto Odeon. Ao mesmo tempo, será inaugurada a exposição “Duo Drag”, do fotógrafo Paulo Vitale, que traz retratos de 50 artistas transformistas da cena paulistana.

Em dezembro do ano passado, o deputado estadual Gil Diniz (PL), conhecido como “Carteiro Reaça”, entrou com uma ação na Justiça questionando o contrato entre o governo estadual e o Instituto Odeon. O correligionário do presidente Jair Bolsonaro pôs em dúvida o valor de 30 milhões de reais, a serem destinados em cinco anos. Além disso, citou como exagerado um projeto de ampliação do equipamento, orçado em 9 milhões de reais.

No fim de abril, um decisão liminar da juíza Carmen Cristina Teijeiro determinou o fechamento do museu. No dia 14 de junho, o Ministério Público emitiu um parecer afirmando que a liminar que suspendeu o acordo legal com a organização social e impossibilitou a manutenção do museu não deveria prosperar. Na terça, após sustentação oral da procuradora do Estado Patrícia Lacerda, a Justiça suspendeu a decisão provisória por unanimidade.

No fim de julho, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa chegou a lançar uma Convocação Pública Extraordinária para encontrar um novo gestor e viabilizar a reabertura do museu. Com a suspensão da liminar em caráter definitivo, no entanto, o governo de São Paulo volta a ter o direito da retomada do contrato e está liberado para efetuar os repasses necessários para a volta das atividades. Criado há 10 anos, o MDS é o primeiro equipamento cultural da América Latina dedicado à população LGBTQIA+.

Retrato de Emilia, da Globo, parte da exposição Duo Drags, com fotografias de Paulo Vitale -
Paulo Vitale©All Rights reserved (Paulo Vitale/Divulgação)
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O secretário de Cultura e Economia Criativa, Sérgio Sá Leitão, comemorou a decisão e disse que o projeto de ampliação será mantido. A sede, na Estação República do Metrô, passará por obras e será ampliada de 110 metros quadrados para 540 metros quadrados. Além disso, o museu ganhará uma nova sede, na alameda Santos, ocupando um imóvel que era da Sabesp – aumentando ainda mais sua área útil. “É justificável que a gente faça esse investimento”, disse Sá Leitão. “Para que o museu possa cumprir de maneira mais adequada sua finalidade.”

Para Carlos Gradim, diretor presidente do Instituto Odeon, o MDS é um aparelho importantíssimo de transformação social, na luta pela dignidade humana e promoção por direitos LGBTQIAPD+. “O seu fechamento significou uma perda para toda a comunidade, em um momento já tão difícil”, disse Gradim, em nota. “(Re)existimos, agora mais fortes e com um imenso desejo de entregar uma programação ainda mais incrível para a cidade de São Paulo.”

Serviço:

Museu da Diversidade Sexual
Estação República do Metrô, piso Mezanino
De terças a domingos, das 10h às 18h
Entrada gratuita

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