Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Com sequência confirmada, ‘O Diabo Veste Prada’ reforça o apelo da moda em Hollywood

Novo filme promete muita briga em torno do bom e do mau gosto

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 26 ago 2024, 15h33 - Publicado em 25 ago 2024, 08h00

Quando O Diabo Veste Prada estreou, em 2006, o mundo da moda entrou em polvorosa. O barulho era esperado, dada a promessa de revelar os bastidores das passarelas e do cotidiano na redação da Runway Magazine, reputada revista de Nova York. Era tudo mentirinha, mas qualquer relação com os fatos reais não era mera coincidência. E dá-lhe exibir os intestinos do universo fashion, no avesso do glamour: sob o comando da temida Miranda Priestly (Meryl Streep), referência nada dissimulada à todo-poderosa Anna Wintour, a publicação ditava tendências, mas ao custo alto da sanidade de seus funcionários, como Andrea Sachs (Anne Hathaway no papel que a levou ao estrelato). O tema — seríssimo, apesar de envolto em humor — ajudou a promover acaloradas discussões sobre o poder no trabalho e outras diatribes igualmente mercuriais em torno das roupas. Era um filme de estilo tratando de estilo. O cinema, enfim, como plataforma de lançamentos.

ÍCONES - Marilyn Monroe e Audrey Hepburn: roupas mais famosas que filmes
ÍCONES - Marilyn Monroe e Audrey Hepburn: roupas mais famosas que filmes (Marc Wanamaker/Bison Archives; Paramount Pictures/Corbis/Getty Images)

Prepare-se, porque o anúncio da sequência, O Diabo Veste Prada 2, divulgado pela Disney, promete muita briga em torno do bom e do mau gosto. E voltemos, portanto, a um dos capítulos mais interessantes de Hollywood, o do namoro com o vestuário. Há exatos trinta anos, o diretor Robert Altman (1925-2006) reuniu um elenco poderoso, incluindo Anouk Aimée (1932-2024), Lauren Bacall (1924-2014), Marcello Mastroianni (1924-1996), Sophia Loren, Kim Basinger e Julia Roberts em torno de um assassinato que acontece em plena semana de moda de Paris. O filme Prêt-à-Porter, evidente sátira, teve enorme repercussão na época. Hoje, continua a cativar por ser um retrato fiel do mercado. Há um outro modo de vê-lo: como retrato da postura de outras gerações. “A moda é um belo marcador de tempo”, diz a cineasta, apresentadora e atriz Marina Person. “Por ser uma forma de expressão muito evidente, acaba virando um elemento central na construção das personagens, da história, da narrativa e do tempo em que se passa”. E, claro, também de classes sociais, grupos e diferentes tribos.

Essa visão ajuda a entender por que, mesmo quando a moda não é o tema central, alguns filmes acabam se tornando mais conhecidos pelos looks usados pelos atores. O caso mais famoso é o do vestido branco, de frente única e saia plissada, esvoaçante como ele só, de Marilyn Monroe (1926-1962) em O Pecado Mora ao Lado, de 1955. Na comédia romântica, a trama nada tem a ver com moda, e sim com uma suposta infidelidade. Nem é tão conhecida assim, e atire a primeira pedra quem for capaz de descrevê-la. Mas aquele figurino, empinado pelo vento, aquelas pernas, ah… Não por acaso, a peça entrou para a história como o mais caro vestido do planeta, leiloado em 2011 por mais de 4,6 milhões de dólares. Era uma ode a Marilyn, sem dúvida, mas também à invenção dos irmãos Lumière.

CONHECE, NÃO? - Terninho xadrez amarelo e vestido vermelho: mesmo quem não assistiu aos filmes conhece os looks
CONHECE, NÃO? - Terninho xadrez amarelo e vestido vermelho: mesmo quem não assistiu aos filmes conhece os looks (Divulgação; Landmark Media/Alamy/Fotoarena/.)
Continua após a publicidade

E nem é preciso que os filmes sejam bons, ao contrário. Em As Patricinhas de Beverly Hills, de 1995, Cher Horowitz, personagem de Alicia Silverstone, foi alçada a ícone por seus visuais marcantes, em especial o lendário conjunto amarelo de terninho estruturado e minissaia xadrez da Dolce&Gabbana, que até hoje é inspiração para passarelas de marcas como Dior. A imagem de Audrey Hepburn (1929-1993) com seu atemporal “pretinho básico”, criado por Hubert de Givenchy (1927-2018) para Bonequinha de Luxo (1961), é muito mais conhecida do que o enredo da garota de programa que quer se casar com um milionário, escrita por Truman Capote (1924-1984). “A moda é sinônimo de cultura, é carismática e encantadora, palpável”, diz a consultora Manu Carvalho. Em termos comportamentais, um belo figurino não só ajuda o filme a contar uma história, mas cria a identificação do cérebro humano com algo que pode ser replicado na vida real. É o segredo do porquê um desenho vira histórico e transpõe um filme. Quando Julia Roberts surgiu em um longo vermelhíssimo em Uma Linda Mulher, de 1990, o modelo não só ofuscou o romance do casal protagonista, como se tornou um dos mais copiados do mundo. Mesmo em tempos de redes sociais, o impacto de uma roupa de cinema é imbatível.

Publicado em VEJA de 23 de agosto de 2024, edição nº 2907

Publicidade

Imagem do bloco
Continua após publicidade

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Continua após publicidade

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Continua após publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.