Como foi o último desfile de alta-costura da Chanel antes de Matthieu Blazy?
Apresentação homenageou legados de Coco Chanel, Karl Lagerfeld e Virginie Viard, mas já com olhar para o próximo diretor criativo
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8 jul 2025, 15h20
Nesta terça‑feira 8, a Chanel apresentou sua coleção de alta-costura outono inverno 2025/2026 dentro da grandiosa e restaurada nave principal do Grand Palais, em Paris, em uma celebração do legado de 110 anos da maison — e um adeus à direção criativa do ateliê interno – o próximo desfile de inverno, em setembro, já vem com a assinatura de Matthieu Blazy.
Em cenário pensado para evocar o apartamento de Gabrielle ‘Coco’ Chanel e o lendário endereço da maison na Rue Cambon, 31, onde, por mais de um século, funcionou o ateliê de alta-costura, a coleção veio em movimento ritualístico, passeando do amanhecer ao anoitecer em uma atmosfera de transição – com homenagens aos legados de Karl Lagerfeld, Virginie Viard, e claro, da própria Chanel, mas que já preparavam o terreno para Blazy, cujas coleções para Bottega Veneta demonstram um olhar audacioso e sensível à técnica artesanal.
Assim, as clássicas jaquetas de tweed, por exemplo, apareceram com novas leituras, sobre saias de cetim de seda. O tweed veio com fios metalizados desfiados em um acabamento mais rústico e artesanal, enquanto peças como túnicas, vestidos e saias eram usadas sobre calças, trazendo propostas diferentes ao que costumamos ver na grife francesa. Os boleros e capas com texturas de penas e pelúcia também se destacaram.
Nas cores, começou com tons neutros — brancos, marfim, bege, marrom — aplicados em tweeds, casacos e vestidos fluídos também adornados com plumas e toques sutis de brilho. Em seguida, os detalhes em azul prateado surgiram para dar um ar etéreo, complementados por bordados que iam desde espigas douradas (símbolo de abundância e conexão com a natureza) até botões-cristal e aplicações celestiais, celebrando técnica e simbolismo.
Passado e Futuro
Estrelada, a primeira fila contou com a presença de Naomi Campbell, Penélope Cruz, Keira Knightley, Lorde e Marion Cotillard, todas, obviamente, vestindo Chanel e reforçando o recorte entre passado e futuro da grife, que mesmo em transição, celebrou sua identidade, memórias e tradição no epicentro da moda mundial, mas com os olhos voltados para um próximo novo capítulo.
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