Há um movimento crescente entre as cervejarias artesanais de expandir seus portfólios e incluir destilados e drinks nas opções que oferecem aos clientes. Algumas estão produzindo seus próprios rótulos de gin, vodka e outros. Outras preferem criar cartas de coquetéis autorais em seus bares. É uma maneira eficaz de oferecer algo até para quem não é muito chegado em cerveja, e também fazer parte simultaneamente de duas cenas vibrantes.
A Juan Caloto, de São Paulo, tem feito essa aproximação de maneira bastante interessante, explorando a narrativa que remonta aos filmes clássicos de faroeste dos anos 1960 e conecta todos os seus lançamentos. É, também, a característica do Esconderijo, bar que inaugurou na região da Vila Mariana no final do ano passado. Em fevereiro, a cervejaria lançou um moonshine, bebida “clandestina” dos Estados Unidos, e agora reforça essa conexão com o mundo dos destilados com uma nova carta de drinks de inverno assinada pelo bartender Felipe Damazio.
O Morricone Sour, homenagem ao compositor Ennio Morricone, autor de trilhas sonoras icônicas do cinema, é feito com vodka infusionada com manjericão, benedict, limão, albumina, sal e pó de tomate. Até a apresentação do drink faz referência às cores da Itália, país onde se produziram clássicos do faroeste spaguetti. O Cabana de Caça, com bourbon, maple, chá preto e moonshine envelhecido em amburana, foi pensado para remeter a um refúgio de madeira (pense no cenário de “Os Oito Odiados”, de Quentin Tarantino). O mais autoral dos novos coquetéis é Fin de Los Dias, com conhaque, jerez e bitter de laranja, que explora a formação de Damazio como sommelier.
Há até cerveja na receita de um dos drinks. O Perdición del Xerife é uma versão líquida da sobremesa banoffee e leva bourbon infusionado com banana e redução de stout (cerveja escura feita com maltes torrados), além de um cubinho de doce de leite como decoração. Para quem prefere os fermentados, a nova La Desforra de Grumpy George Jr, uma pale ale inglesa clássica, estará disponível apenas no bar.