“Dedique-se à gratidão”, diz especialista em felicidade
Professora de psicologia da Universidade Yale, nos Estados Unidos, Laurie Santos é reconhecida mundialmente nos debates sobre o tema
Professora de psicologia da Universidade Yale, nos Estados Unidos, Laurie Santos é reconhecida mundialmente como uma especialista em felicidade. A abertura de seu curso sobre o tema voltado aos estudantes da renomada universidade americana, em 2018, foi um sucesso. Seu curso on-line “A ciência do bem-estar” foi visto por mais de 3,8 milhões de pessoas e o podcast com seus ensinamentos tem 65 milhões de downloads. Além da sólida formação acadêmica, Laurie agora pode ensinar com base em sua experiência pessoal. Recentemente, ela se afastou das atividades em Yale para evitar uma crise de burnout, síndrome caracterizada pela exaustão física e mental associada ao trabalho. Nesta entrevista a VEJA, Laurie Santos fala a respeito do episódio, sobre estratégias para uma vida melhor e adianta que a satisfação com a vida não virá sem esforço.
Se as pessoas leem livros sobre felicidade e muitas frequentam cursos, por que tanta dificuldade para sentir-se bem? A felicidade dá trabalho. Muitas vezes você pode saber o que precisa fazer para estar melhor, mas frequentemente é muito complicado pôr essas estratégias em ação.
É possível elencar técnicas para a felicidade? Quais seriam as três fundamentais? Primeiro, se você quer ser mais feliz deve se tornar mais social. Todos os estudos disponíveis sobre conexão social sugerem que as interações melhoram sua felicidade. Até mesmo falar com um estranho pode melhorar seu humor. Segundo, dedique mais tempo a sentir gratidão pelo que tem e dispense menos minutos pensando naquilo que acha que precisa. Finalmente, preste atenção no momento presente, no aqui e agora. Ioga e meditação podem ajudar.
A senhora entrou em licença médica para evitar uma crise de burnout. Como isso aconteceu? Não me ausentei porque estava em burnout. Saí antes de entrar nesse estado. Notei alguns sintomas surgindo. Fiquei mais cínica, exausta e não me sentia eficaz no trabalho. Decidi dar um tempo antes de piorar. Meu caso é o de uma professora de felicidade que notou os sinais de algo errado e agiu para se sentir melhor.
Publicado em VEJA de 30 de março de 2022, edição nº 2782