Oferta Relâmpago: 4 revistas pelo preço de uma!

“Garota de programa não é modelo”: Moda se revolta com uso errado do termo e da profissão

Diretor da WAY Models e profissionais do setor repudiam acompanhantes como a que supostamente esteve com Neymar em se denominarem "modelos"

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 20 mar 2025, 14h57 - Publicado em 20 mar 2025, 14h36

Não é de hoje que o termo “modelo” é usado para nomear garotas de programas. A grande repercussão do caso envolvendo uma acompanhante que supostamente esteve com Neymar e que agora veio a público afirmando estar grávida, porém, causou a revolta de profissionais do mercado da moda sobre a banalização e o emprego errado do termo, não só como nomenclatura, mas como um desrespeito à profissão. Estilistas, fotógrafos, donos de agências e modelos que realmente exercem o ofício de modelar como atividade profissional se manifestaram em repúdio às diversas menções equivocadas que mais uma vez nomeiam garotas de programa como “modelos”.

“Para ser modelo profissional, a menina/o menino precisa ter DRT, precisa fazer editoriais de revistas, campanhas, desfiles, catálogos de moda, e-commerces. Isso é trabalhar de fato nesta indústria como modelo, vendendo produtos, roupas, sapatos, cosméticos”, diz Anderson Baumgartner, diretor da WAY Model e responsável por nomes estrelados das passarelas como Alessandra Ambrosio e Carol Trentini.

Nas redes sociais, perfis especializados no segmento da moda também repudiaram a forma indiscriminada e irresponsável como a profissão é tratada, especialmente por envolver meninas jovens e suas famílias. “Em 1998, quando comecei a trabalhar com top models em São Paulo, isso era uma forma preconceituosa de taxar a profissão das modelos genuínas. Mães e meninas tinham receio do mercado da moda, mas existe todo um trabalho dessa indústria muito importante para a economia brasileira, de profissionalização e quebra de estigmas”, explica Baumgartner.

Segundo o diretor da Way Models, as modelos profissionais merecem respeito até pela longa trajetória que enfrentam no processo de profissionalização. “Muitas garotas de programa também se denominam como ‘modelo’ “A culpa é da falta de apuração. Cada um tem sua carreira. Não dá para confundir duas profissões que são completamente diferentes”, repudiou.

Desfilou para quem? Fotografou para quem?

Continua após a publicidade

Muitos Blogs de moda também questionaram: “Modelo de onde? Desfile de qual marca? Campanha de qual grife? Ser modelo é uma profissão séria, com regras, documentação e anos de esforço. Não é só ser bonita, tirar foto e cair na mídia por polêmica. A mulher envolvida no escândalo com o Neymar é garota de programa, então chamem ela pelo que realmente é. Não joguem no lixo o trabalho de milhares de profissionais que batalham para serem reconhecidos no mercado.”

Isso acontece porque a carreira de modelo, que começou no século XIX, quando o estilista inglês e “pai da alta-costura” Charles Frederick Worth, resolveu colocar suas criações em mulheres para desfilar para suas clientes da aristocracia na Europa, ainda é subestimada, com suas profissionais relegadas apenas à estética e aparência.

Mas é fato que para ser modelo, não basta ser bonita. Tem que ter muita disciplina, trabalho árduo, e assim como qualquer outra profissão, traçar uma trajetória para serem reconhecidas e conseguirem desfilar para grifes grandes, em semanas de moda renomadas, posar para campanhas e com fotógrafos respeitados. O Brasil é uma referência da profissão, com modelos de renome internacional como Gisele Bundchen, Adriana Lima, Alessandra Ambrosio, Isabeli Fontana, Carol Trentini e tantas outras.

“São meninas que saem de casa cedo e vão morar em países que elas não dominam nem o idioma, recebem ‘nãos’ durante muito tempo até começar a receber os primeiros ‘sim’. Requer empenho em um trabalho profissional, disputado, onde elas batalham muito para conquistar um espaço. Essa associação indevida faz um desserviço para as modelos profissionais, cria estigmas”, reforça Baumgartner, acrescentando que simplesmente não se pode citar uma garota de programa como ‘profissão: modelo’. “Tenho lido inúmeras matérias com a chamada: ‘A modelo (?) recebeu tanto para fazer sexo com fulano’. Então, NÃO É MODELO. Não exerce a profissão de modelo. Ou seja, aos que dão este pronome, por favor, parem. É tudo bem colocar ‘garota de programa’, que é o que é. Ela exerce esta profissão e está tudo bem, só é preciso denominar corretamente”, finaliza.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
a partir de 9,90/mês*
ECONOMIZE ATÉ 47% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Nas bancas, 1 revista custa R$ 29,90.
Aqui, você leva 4 revistas pelo preço de uma!
a partir de R$ 29,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a R$ 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.