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Influencer Paola Antonini e sobrevivente da Boate Kiss, Kelen Ferreira, viram Barbies PCDs

Ambas amputadas, são parte do projeto Mulheres Inspiradoras como as primeiras brasileiras PCDs a receberem bonecas inspiradas nelas

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 mar 2025, 10h34 - Publicado em 4 mar 2025, 02h01

Década de 1990, Belo Horizonte, Minas Gerais. Quando era pequenininha, como costuma dizer, Paola Antonini, 30 anos, gostava de chegar da escola, entrar em seu quarto e passar horas brincando com suas Barbies em uma enorme casinha de bonecas. Enquanto isso, na mesma época, em Santa Maria, Rio Grande do Sul, Kelen Ferreira fazia a mesma coisa: reunia as amigas para promover casamentos e festas de aniversário entre as bonecas e seus Kens. Assim, passaram a infância. Depois veio a adolescência, e entre festas, viagens e descobertas, quis o destino que as duas passassem pela amputação de uma perna ou parte dela.

Agora, elas se transformam em Barbies, como parte do projeto “Mulheres Inspiradoras” (Role Models, em inglês), lançadas nesta terça-feira, 4. Serão as primeiras brasileiras PCDs (Pessoa Com Deficiência) a receberem uma boneca inspirada nelas. Mas para entender essa história, voltemos ao começo.

No dia 27 de janeiro de 2013, Kelen sobreviveu ao incêndio da Boate Kiss, que matou 242 jovens e feriu 636 outros, em uma das maiores tragédias registradas no país. Além das cicatrizes causadas pelas queimaduras, a profissional de saúde precisou amputar parte de sua perna direita. Quase um ano depois, em 27 de dezembro de 2014, Paola foi atropelada em frente à sua casa e passou pela amputação total da perna esquerda. “Me lembro de cada detalhe”, diz Paola a VEJA. “Fui levada ao hospital e no dia seguinte, me deram a notícia. Mas não me entristeci porque naquela hora pensei que poderia não estar mais aqui. Fiquei grata e passei a viver um dia de cada vez.”

Nas redes sociais, ela passou a ser conhecida pela resiliência e otimismo que demonstrava ao reaprender a andar. Assim, acumulou 2,4 milhões de seguidores no Instagram, onde compartilha sua rotina e as ações que realiza em seu Instituto, dedicado à reabilitação gratuita para crianças e jovens com deficiência física. “A gente doa próteses para pessoas até 21 anos. São como as minhas, coloridas, brilhantes e com personagens. Tento deixar mais leve para eles. Por isso digo que a Paola que veio depois disso tudo é muito mais feliz. Perdi a perna, mas ganhei um propósito gigante”, reflete.

Da superação, nasce uma amizade

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Em meio ao trabalho de produtora de conteúdo digital, Paola recebeu um convite especial: atuar em uma série da Netflix, sobre a tragédia da Boate Kiss, em que interpretaria uma das sobreviventes, Kelen Ferreira. E assim elas se conheceram. Em 2023, Paola foi até Santa Maria e passou a ajudar a sobrevivente em seu processo de aceitação. “A amputação foi um choque muito grande para mim porque já tinha alguns problemas com o meu corpo. Demorei sete anos para aceitar o que tinha acontecido”, conta Kelen a VEJA. “A Paola me ajudou nesse processo. Desde a aceitar até a usar uma roupa curta na rua, me sentir eu mesma”, completa.

Dessa experiência nasceu uma grande amizade, que agora será retratada na forma das duas Barbies. “É algo muito grande e significativo para mim. Me inspira a incentivar ainda mais as pessoas”, afirma Paola. “Virar uma Barbie é um sonho, que mostra como é possível transformar a realidade, independentemente dos obstáculos no caminho. Quando é que eu ia imaginar?”. Kelen compartilha a opinião da amiga. “A gente acompanhou a evolução dessas bonecas. As inúmeras carreiras, depois a linha inclusiva. Fiquei um pouco nervosa em saber que teria uma Barbie com a minha cara, PCD e com as minhas queimaduras, mas ao vê-la, me senti pertencente. Estou feliz”, acrescenta.

As Barbies foram feitas à imagem e semelhança das amigas. Enquanto a boneca de Paola traz o um modelo transfemoral (acima do joelho) com a perna cor de rosa e brilhante – sua favorita, como ela gosta de ressaltar -, a versão de Kelen vem com uma prótese transtibial (abaixo do joelho), além das cicatrizes de queimaduras.

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“Barbie homenageia essas mulheres que romperam barreiras e são uma inspiração para a próxima geração”, afirma Valeria Gonzalez, Country Manager da Mattel Brasil. “Paola Antonini é um exemplo de resiliência; apesar de seu acidente, ela se tornou um símbolo de determinação e prova que é possível recomeçar e ainda ser a sua melhor versão. Sua história, junto com a amizade inspiradora que compartilha com Kelen, destaca como a união e o apoio entre amigas podem impulsionar mudanças significativas.”

Além da dupla brasileira, outras amizades estão sendo celebradas pela Mattel ao redor do mundo, com a criação de bonecas das medalhistas de ouro da equipe de ginástica olímpica, Jordan Chiles e Jade Carey (EUA); as atrizes Hannah Waddingham e Juno Temple (Reino Unido); e as tenistas Evonne Goolagong-Cawley e Ash Barty (Austrália).

No Brasil, o projeto já contemplou a surfista Maya Gabeira; a biomédica Jaqueline Goes, que coordenou a equipe responsável pelo sequenciamento do genoma do vírus SARS-CoV-2 48 horas após a confirmação do primeiro caso de COVID-19 no país; a professora Doani Emanuela Bertan, conhecida por trabalhar a inclusão em sala de aula; a cantora IZA, a influencer indígena Maira Gomez e a medalhista de ouro olímpica e ginasta Rebeca Andrade.

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Veja as bonecas Barbies de Paola Antonini e Kelen Ferreira: 

Barbie Paola Antonini: perna mecânica colorida e brilhante virou símbolo de otimismo e resiliência
Barbie Paola Antonini: perna mecânica colorida e brilhante virou símbolo de otimismo e resiliência (Ester Mendes/ Divulgação Mattel/Divulgação)

 

Barbie Kelen Ferreira: amputação e queimaduras da Boate Kiss mostram superação
Barbie Kelen Ferreira: amputação e queimaduras da Boate Kiss mostram superação (Ester Mendes/Divulgação Mattel/Divulgação)

 

Paola e Kelen: amputadas por acidentes e exemplos de superação
Paola e Kelen: amputadas por acidentes e exemplos de superação (Ester Mendes/Divulgação Mattel/Divulgação)

 

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