SPFW: “Inspiração limita a criação”, diz Lino Villaventura
Volume, texturas, feito à mão, toques futuristas e referências orientais surgiram na coleção escultural do estilista, em desfile lotado
Como sempre, o desfile de Lino Villaventura, realizado na noite deste domingo, 20, estava lotado. Não cabia mais uma viva alma ali, nem em pé. A sala toda foi tomada por fashionistas ávidos em assistir a uma das mais aguardadas apresentações do São Paulo Fashion Week, que normalmente encanta pelo minucioso trabalho de construção e texturas do estilista. Muitos, inclusive, o chamam de artista, pelas “obras de arte” que cria. “Não é uma obra de arte. É sim uma roupa bacana, uma roupa bonita, uma roupa bem feita”, diz Lino a VEJA.
Ao ver, porém, os vestidos em “moulage” – técnica de construção da peça feita sobre o corpo da modelo – e as peças esculturais, criadas a partir de encaixes de tecidos, com volumes e efeitos de dobraduras como o modelo branco em camadas desfilado por Antonia Morais, filha de Gloria Pires, para abrir o desfile, não tem como não comparas a obras de arte, só que da moda. “O tecido me faz seguir uma certa direção para fazer um certo tipo de roupa. Meu trabalho é muito espontâneo”, completa.
Texturas e feito à mão
Destaque ainda para as texturas e um riquíssimo trabalho feito à mão, visto em bordados e botões nos vestidos de festa. “O mais especial é ver a roupa vestida no corpo, que dá a pontuação daquela peça”, afirma.
Nesta coleção, que Lino prefere não taxar de verão ou inverno, também traz vestidos semelhantes a quimonos, com referências orientais em patchwork de tecidos, bordados e ornamentos e uma moda mais urbana, com looks monocromáticos de linho, em tons mais neutros e com pegada futurista, prateados e com sobreposições. “Minha coleção não tem uma única inspiração. Até porque limita a criação. Ainda prefiro seguir a intuição”, finaliza o estilista, que inegavelmente, é sim um artista. E dos bons!
Veja os looks:
Feito à mão: lindos bordados pontuaram a coleção