Mais dança das cadeiras na moda: conheça Louise Trotter, nova diretora criativa da Bottega Veneta
Estilista, que já foi da Calvin Klien e Lacoste, costuma empolgar com seu olhar diverso e sensibilidade do mundo real em criações que todas querem ter

A cadeira de diretor criativo da Bottega Veneta nem esfriou com a saída de Matthieu Blazy, que foi para a Chanel, e já tem dona: trata-se de Louise Trotter, designer britânica com mais de 30 anos na indústria fashion, mas marcados por uma carreira bastante diversa, o que pode ser o ponto mais interessante tanto para ela quanto para a marca italiana na nova fase.
Seu último trabalho, bem curto, por sinal, foi na Carven, uma marca francesa jovem, em que colocava uma visão um pouco esportiva e arquitetônica, mas muito feminina sem, no entanto, esbarrar no romântico ou dramático. “Gosto de roupas que dão a sensação de que você está na cama”, disse ela, em uma entrevista à imprensa internacional.
Antes, Louise assinava as coleções da Lacoste, onde conseguiu atribuir uma um tipo de elegância descomplicada e pé no chão na marca esportiva, exibindo vestidos de seda plissados por baixo de coletes de malha oversized e alfaiataria precisa, mas despretensiosa, geralmente em cores inesperadas e materiais e texturas incomuns. Mesmo o desfile parecendo um editorial, porém, ela jamais defendeu uma fantasia; o que se via era o que tinha.
Essa sensibilidade do mundo real é o traço mais importante de Trotter, aprimorado ao longo dos anos. Começou sua carreira na Whistles, uma marca britânica de moda contemporânea, pouco antes de se mudar para os Estados Unidos, onde foi chefe de moda feminina na Calvin Klein Jeans, ao lado do próprio Klein. Quando ele saiu, ela preferiu i para a Gap, onde assumiu o mesmo cargo, no início dos anos 2000, uma época emocionante para a marca americana, ainda em alta.
Por fim, ela voltou a Londres para trabalhar na Joseph, uma lendária marca britânica fundada por Joseph Ettedgui nos anos 1960, que começou como uma pequena loja anexa a um salão de cabeleireiro na King’s Road e vendia moda de Kenzo Takada e Jean-Charles de Castelbajac. Na década de 1990, quando esta estabeleceu lojas em todo o mundo e criou a marca própria, que ganhou fama pelas calças estreitas de corte singular, passou a desfilar na London Fashion Week, sob o comando de Louise, que trouxe de volta um o furor dos anos 1990, tornando-se a marca preferida de itens básicos de todos os editores de moda.
2025: um ano que promete
O próximo ano promete ser monumental na moda: teremos as estreias de Peter Copping na Lanvin; Sarah Burton na Givenchy; Michael Rider na Celine; Haider Ackermann na Tom Ford, Matthieu Blazy na Chanel; e agora, Louise Trotter na Bottega Veneta. Com sua experiência diversa e reconhecido talento para fazer roupas que as mulheres realmente querem, ela é uma adição oportuna à nova geração que está assumindo e direcionando a moda para uma nova era. Aguardemos.