Suas obras são uma explosão de cores e texturas, marca que lhe rendeu os rótulos de inovador e visionário. Na verdade, Gaetano Pesce foi mais do que isso, porque não apenas enxergou o que estava à frente, mas estabeleceu uma conexão com o que acontecia ao seu redor — as lutas humanitárias e pelos direitos da mulher, por exemplo. Com quase 60 anos de carreira, o arquiteto e designer italiano deixa um legado importante. Ele morreu em Nova York, aos 84 anos. A notícia foi publicada nesta quinta-feira, 4, em seu perfil no Instagram. O artista, diz a mensagem, enfrentou problemas de saúde recentemente, mas manteve uma atitude positiva. “Sua singularidade e criatividade continuam vivas através de sua arte”, diz a nota.
Pesce revolucionou os mundos da arte, do design e da arquitetura e os espaços entre essas categorias. Sua criação mais famosa é a poltrona “Up”, símbolo do design contemporâneo e que remete às curvas femininas, fazendo também uma crítica à opressão contra as mulheres, representada por um pufe que remete a uma bola de ferro presa ao pé das vítimas. Em 2010, criou um calçado de plástico customizável para a marca Melissa, lançada na Fashion Rio. Suas obras estão expostas em coleções permanentes de museus de prestígio como o MoMA, de Nova York, o Victoria and Albert Museum, de Londres, e o Centre Pompidou, de Paris.
Foi um cidadão do mundo. Pesce estudou no Instituto Universitário de Arquitetura de Veneza e, nos anos 1960, viveu e trabalhou entre a capital do Vêneto e cidade de Padova. Durante quase três décadas, também deu aulas em Estrasburgo, Pittsburgh, Milão, Hong Kong, São Paulo e Nova York, onde se estabeleceu nos anos 1980.