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O que a saída do CEO da Nike significa para o futuro da marca de tênis

John Donahoe ficará no cargo até o dia 13 de outubro e será substituído pelo veterano Elliott Hill, que trabalhou na Nike durante 32 anos e se aposentou em 2020

Por André Sollitto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 set 2024, 19h33 - Publicado em 19 set 2024, 19h25

O atual CEO da Nike, John Donahoe, vai deixar a posição a partir do 13 de outubro. O executivo Elliott Hill, que se aposentou em 2020 após mais de 32 anos com a empresa de materiais esportivos, vai voltar à ativa para ocupar o cargo a partir de 14 de outubro. Donahoe também vai deixar sua posição no conselho. “Ficou claro que era tempo de uma mudança na liderança, e Elliott é a pessoa certa”, escreveu Donahoe em um comunicado oficial. Ele continua como consultor até janeiro do ano que vem.

Sua saída era esperada, dada a pressão dos acionistas para mudanças na gestão. As vendas da Nike vinham caindo de forma constante nos últimos anos. Em junho, uma projeção divulgada pela empresa estimava um declínio de cerca de 5% nas vendas durante o ano fiscal que se encerrará em maio de 2025. Na ocasião, o anúncio provocou uma redução de quase 20% no valor das ações da empresa, marcando a pior queda em um único dia da história da Nike.

Segundo os críticos, os problemas estão concentrados em três áreas: a grande dependência da marca em modelos de tênis retrô, a falta de inovação em linhas esportivas pelas quais a Nike ficou conhecida inicialmente, e o afastamento da venda em grandes redes varejistas, o que teria aberto oportunidade para outras marcas. Embora algumas linhas ainda vendam bem, como os modelos Jordan, o alto preço dessas edições de colecionador afastaram uma importante base de consumidores.

Embora Donahoe tenha conduzido a empresa durante os piores anos da pandemia, Hill é um veterano com muita experiência na companhia. Não era a principal aposta dos analistas do mercado, mas pode usar seu conhecimento para recolocar a Nike na vanguarda mais uma vez. O consenso, no entanto, é que essas mudanças devem levar tempo para acontecer.

Hill também não é o único executivo com anos de casa a retornar ao quadro de funcionários. De acordo com o site Business of Fashion, Nicole Hubbard Graham, que deixou a Nike em 2021 depois de 17 anos, voltou à ativa em janeiro como diretora de marketing. O também veterano Tom Peddie, que também se aposentou em 2020, voltou na posição de vice-presidente de mercados e parcerias com o objetivo de retomar as relações com os grandes varejistas.

A Nike já foi a maior e mais relevante fabricante de artigos esportivos do planeta. Modelos clássicos, como a linha Air Max e a parceria com a Jordan ajudaram a construir uma reputação que transcendeu as quadras e campos e se tornou referência também nas ruas. Nos últimos anos, no entanto, rivais de longa data, como a Adidas, e outras marcas, mais novas, como a suíça On, conseguiram se aproprias de espaços no mercado que a Nike não estava mais ocupando. Agora, a missão de Elliott Hill é recuperar esse prestígio.

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