Os perigos da droga que virou moda nas academias
Terceiro medicamento mais vendido do país em 2024 pode trazer perigos se usado sem acompanhamento médico

Citado em músicas, vídeos de humor nas redes e em rodas de jovens, o tadalafila foi o terceiro medicamento mais vendido do país em 2024, com 31,4 milhões de caixas comercializadas. Voltado para o combate à disfunção erétil, o remédio virou febre também para outros fins — entre eles, para aumentar o desempenho em exercícios de musculação. O atrativo é um dos efeitos que o uso do “tadala” traz: a vascularização, que permitiria um intenso fluxo de sangue nos músculos e um ganho mais veloz de massa. Tal como qualquer outra medicação, contudo, seu uso indiscriminado também pode trazer problemas de diferentes gravidades.
Sem acompanhamento médico, mesmo o uso para fins sexuais pode trazer danos. Se essa não for uma necessidade do paciente, por exemplo, a ingestão do medicamento pode causar dependência dos comprimidos para manter relações sexuais.
Outros possíveis efeitos colaterais estão listados na bula: dor de cabeça (que costuma afetar mais de 10% dos usuários), tontura, indisposição gástrica, dor muscular, náusea, fadiga e, em situações extremas, até eventos cardiovasculares graves.
“É um medicamento como qualquer outro, com seus benefícios e efeitos colaterais. Sem orientação profissional, é totalmente desaconselhado”, reforça José Ricardo Amadio, do Conselho Federal de Farmácia (CFF).
O próprio conselho, inclusive, lista outros dos riscos que o uso do tadalafila, sem a orientação de um médico, pode trazer. Alterações na visão ou na audição são efeitos mais raros, mas podem acontecer.
Os riscos são ainda maiores para os homens que têm problemas cardíacos ou que tomam medicamentos contendo nitratos, de acordo com o CFF. A orientação é de que o uso aconteça apenas mediante prescrição médica.