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Quais dúvidas restam no caso da onça que matou uma pessoa no MS

Caseiro foi atacado por uma onça-pintada no Pantanal; animal foi capturado três dias depois e levado a um centro de reabilitação

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 25 abr 2025, 12h01 - Publicado em 25 abr 2025, 11h41

Na última segunda-feira, 21, o caseiro Jorge Avalo, de 60 anos, foi morto por uma onça-pintada enquanto trabalhava em uma propriedade rural na região de Touro Morto, no município de Aquidauana, no Pantanal sul-mato-grossense. Três dias depois, na madrugada de quinta-feira, 24, o animal — um macho de 94 quilos — foi capturado por uma força-tarefa que reuniu policiais ambientais, guias locais e pesquisadores. Desde então, a onça está sob avaliação no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), em Campo Grande.

Como o ataque aconteceu

Jorge Avalo foi atacado enquanto tentava coletar mel em um deck próximo à mata. Ele trabalhava havia 16 anos como caseiro no local. A ausência do trabalhador foi notada por um guia de pesca, que encontrou vestígios de sangue e pegadas de animal silvestre nas proximidades. Imagens de câmeras de segurança mostraram a movimentação de uma onça na área dias antes do ataque. Vídeos divulgados nas redes sociais indicam que moradores da região já haviam percebido a presença do animal.

Na manhã de terça-feira, 22, os restos mortais do caseiro foram encontrados em uma área de mata fechada, a cerca de 280 metros do rancho. O corpo estava sendo arrastado pela onça quando as equipes de busca chegaram. Durante o resgate, o animal retornou ao local e um dos integrantes da força-tarefa foi ferido, sendo necessário o uso de disparos para afugentar o felino.

Como foi a busca pela onça

A captura do animal mobilizou agentes da Polícia Militar Ambiental de Corumbá, Miranda e Aquidauana, além de pesquisadores e guias da região. As buscas foram realizadas em um território de difícil acesso, com uso de embarcações e aeronave. O felino foi localizado na madrugada de quinta-feira, 24, e apresentava sinais de magreza.

Após ser sedada, a onça recebeu monitoramento da frequência cardíaca e temperatura corporal e foi encaminhada ao CRAS, na capital sul-mato-grossense. A avaliação veterinária deve investigar as causas do comportamento agressivo. Entre as hipóteses levantadas estão a escassez de alimento, comportamento defensivo, o período reprodutivo — quando os machos podem se tornar mais agressivos — ou uma atitude involuntária da vítima que tenha provocado o ataque.

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Por que a região é considerada de risco

A região de Touro Morto está localizada a cerca de 150 km da cidade de Miranda, em uma área remota do Pantanal. Com 75% do território de Aquidauana coberto pelo bioma pantaneiro, o local abriga uma das maiores biodiversidades do país. Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Pantanal é o bioma brasileiro com maior proporção de espécies classificadas como “menos preocupantes” em relação ao risco de extinção.

A onça-pintada e a onça-parda estão entre as espécies emblemáticas da região. Embora ataques a humanos sejam considerados raros, a proximidade com áreas habitadas ou com circulação de trabalhadores rurais pode aumentar o risco de incidentes. Em caso de encontro com esses felinos, a recomendação é não correr, manter postura firme e acionar imediatamente as autoridades ambientais. O caso permanece sob apuração.

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