Em entrevista a VEJA, feita por Fábio Altman, em Paris, nossa maior estrela do esporte e da Olímpiada, Rebeca Andrade disse que, no passado, gostaria de ser mais alta (ela tem 1,45 metro), mas hoje, se ama como é. Ela também conta que gosta de “estar muito bonita” porque sabe que as câmeras vão mostrá-la bem de pertinho.
Coisas que aprendeu com sua vivência na ginástica artística, mas que também evidenciam uma característica da estrela: ela tem estilo. Mais: sabe que é referência para milhares de meninas negras, como um dia foi fã de Daiane dos Santos.
Dentro e fora da arena: cores e brilhos
Assim, dentro da arena, é fato que Rebeca tem plena consciência não só de seu corpo, que domina completamente – e que a fez conseguir uma medalha de ouro na final do solo, nesta segunda-feira, 5, tornando-a maior medalhista olímpica da história do Brasil, com seis medalhas: duas em Tóquio e quatro em Paris – mas de sua imagem, pensada para brilhar, com collants de cores vivas e repletos de brilhos e pedrinhas, além da maquiagem, que ela mesma faz, e que usa e abusa de delineados e sombras coloridas e brilhantes, combinando com a produção.
Fora da arena, ela não é tão diferente. Associada ao estilo afropaty, com raízes no streetwear, mas que enaltece o vestuário de mulheres negras com poder aquisitivo, considerando o histórico e ascensão social – também conhecido como “Preta Patrícia” ou “Petricinha” – ela gosta de se vestir bem e é meldalha de ouro em inspiração de beleza e autoestima, especialmente para meninas negras.
Ao mesmo tempo, elege peças confortáveis e esportivas, sempre coordenadas com bons acessórios. Morar no Rio de Janeiro é outra coisa que influencia as escolhas da atleta por vestidos, croppeds, shorts e biquínis. Tanto que virou embaixadora da Adidas e garota propaganda da BodyWork, marca lançada pela Riachuelo no ano passado, voltado para o fitness.
Deusa como uma Diva
Rebeca gosta ainda de constantemente mudar de visual, ora aparecendo com cabelos pretos, ora castanhos claros, com cachos e, claro, muitas tranças, que usa para treinar, já que mesmo sendo fã e possuindo vários, evita se exercitar com laces de fios naturais, que podem danificar com a umidade do suor e a necessidade de lavar muitas vezes a cabeça.
Como disse Nadia Comaneci, ginasta romena que aos 14 anos, em 1976, ganhou a única nota 10 da história, impressionando o mundo com a leveza de seus movimentos, “Rebeca é como uma diva”. É sim. Uma estrela reluzente no esporte mas que também brilha – e muito – na moda.