Sem tantas plumas e paetês, Walério Araújo vira a moda do avesso e clama por liberdade
Estilista usou seu desfile no SPFW para quebrar convenções e refletir sobre os papéis de gênero e sensualidade
A vida pelo avesso. O lado B das pessoas. Esses conceitos foram o ponto de partida para Walério Araújo criar sua nova coleção de inverno, apresentada durante o São Paulo Fashion Week, na noite desta quinta-feira 10. Assim, surgiu uma coleção ousada e opulenta, “bem Walério”, como bem disse uma convidada ao final do desfile, mas ao mesmo tempo, mais contida, com menos brilhos, plumas e paetês.
“O meu minimalismo é isso. Começando pela cartela de cores, muito preto, muito bege, em looks mais de alfaiataria, mesmo aqueles que sugerem o cross dressing só com a parte da frente”, disse ele a VEJA. “A gente não conhece as pessoas quando chegam em casa”.
A ideia era quebrar visões convencionais, provocar reflexões sobre a sensualidade e sobre os papéis de gênero, mesmo que isso significasse se distanciar um pouco do que estamos acostumados a ver nas coleções do estilista. “Tenho uma identidade vintage. A coleção mostra um pouco do Walério, mas dessa vez, eu quis fugir do óbvio, não com tantas cabeças, plumas e bordados, que são meu forte, mas sim o avesso, o lado que muita gente não conhece.”
O resultado vem em conjuntos inteiros de alfaiataria, completos na parte da frente e com as costas nuas, modelagens mais clássicas, com vestidos acinturados, fluidos e mais leves, tricôs amplos e macacões fetichistas de vinil, usados tanto em homens quanto em mulheres. As estampas também foram mais “sutis”, se pensarmos na linguagem de Araújo. Destaque para o vestido ajustado e animal print, chamado de “alter ego de Dona Onça”, usado pela chef Janaína Torres, que desfilou sob aplausos e a camiseta básica com a frase “I´m not Sorry”.
Veja alguns looks de Walério Araújo



