Namorados: Assine Digital Completo por 1,99

Volta ao passado, estreia e maximalismo: O que rolou na semana de alta-costura de Paris

Presença de Fernanda Torres, Giorgio Armani na passarela, dèbut de Alessandro Michele e um verão cheio de cores e referências históricas

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jan 2025, 16h42 - Publicado em 30 jan 2025, 16h17

Nem bem começou o ano e a moda já mostra a que veio. Com olhos no passado e reafirmando a força do vintage, os desfiles de alta-costura de Paris projetam um futuro mais colorido, imaginativo e traz o maximalismo como tendência após um bom tempo de quiet luxury.

Mergulho no Passado

Foi exatamente nessa pegada que a Schiaparelli abriu a semana de moda. Com inspirações no passado, Daniel Roseberry criou a coleção de verão 2025 baseado na extravagância, uma das marcas registradas da grife surrealista. “Estou tão cansado de todo mundo constantemente igualar modernidade e simplicidade. O novo também não pode ser trabalhado, barroco, extravagante?”, disse o estilista. Assim, a alta-costura da Schiaparelli vem cheia de modelos opulentos, com silhuetas de séculos passados e caras de vestidos de época, mas que ao mesmo tempo, sugerem a modernidade do vintage em novas construções e proporções. “Queria criar algo que fosse novo porque é antigo”, completa o criador que mergulhou na obra de costureiros como Charles Frederick Worth, Madame Grès, Paul Poiret, Alaïa e Yves Saint Laurent atrás de técnicas para, no final, deixar tudo com a cara da Schiaparelli. Outra inspiração veio de uma loja antiga de fitas para laços da década de 1930, em Lyon, que ficaram perdidos durante a Segunda Guerra Mundial e agora foram trazidos à tona pela grife italiana, não só em detalhes, que incluem lindos bordados com fios de seda e grandes laços na parte de trás das saias, mas nas cores que retratam esse período nas sombras, com tons amarelados e marrons.

No mesmo dia, a Dior também surfou na onda do túnel do tempo. Em uma passarela cheia de ilustrações de natureza fantástica da artista visual indiana Rithika Merchant, no Museu Rodin, a maison francesa faz referência a diferentes épocas, mas totalmente envolta em um mundo permeado pela fantasia. Resultado do interesse de Maria Grazia Chiuri à História da Moda, a alta-moda da Dior resgatou crinolinas – armação que vai embaixo das saias volumosas, usadas nos vestidos femininos em séculos passados –, mangas vitorianas e silhuetas cigarra, ao mesmo tempo que trouxe o trapézio dos anos 1960 e envergou elementos futuristas como o metalizado e cinturas marcadas. A imaginação infantil, representada principalmente pela inspiração em “Alice no País das Maravilhas”, de Lewill Carroll, também ganhou força em detalhes lúdicos como flores penduradas nos vestidos, paisagens oníricas e animais metamorfoseados – tudo perfeitamente alinhavado em um elaborado trabalho manual, como pede a alta-costura.

Fechando a segunda-feira, Giambattista Valli apostou em vestidos de festa volumosos e glamurosos, com tecidos leves e fluidos, em tons róseos e vesmelhos, além de estampas florais inspirados no decorativismo da década de 1970.

Anos de Alta-Costura

Continua após a publicidade

Na terça-feira 28, foi a vez da Chanel fazer uma imersão, mas em seu próprio passado, revisitando seus clássicos. Na coleção que marca 110 anos de couture da maison francesa, a equipe de estilo interna (ainda sem Mathieu Blazy, que estreia em outubro) trouxe um verão suave e colorido ao Grand Palais, pautado em tons que vão do pastel e furtacor aos vibrantes pink, verde esmeralda, roxo, amarelo e coral, em tecidos acetinados e fluídos. Os códigos da marca, é claro, estavam todos ali –  tailleurs com saias retas, camisas de gola laço, tweed, pregas e sapatos bicolores, mas o destaque ficou para os vestidos leves e transparentes, construídos em camadas que garantiam movimento e a ilustre presença de Fernanda Torres, estrela brasileira indicada ao Oscar e vencedora do Globo de Ouro, na primeira fila.

Giorgio Armani também celebrou aniversário de alta-costura, com 20 anos de sua linha Armani Privé. Inspirado em elementos de culturas asiáticas, o estilista italiano trabalhou bordados brilhantes em vestidos de coluna plissados e de seda chinesa que permearam quase toda a coleção. Modelos de ornamentação indiana e alfaiataria mais fluida também são destaques do verão de Giorgio Armani, que apareceu na passarela, ao lado da modelo brasileira Kátia André.

Estreia Esperada

Na quarta-feira, 29, o grande destaque foi o desfile da Valentino, que trouxe a estreia de Alessandro Michele não só à frente da marca como na alta-costura. E ele fez bonito ao enumerar todas suas referências e características artísticas em sua primeira coleção. Visto como excêntrico e exagerado, ele foi fiel à sua narrativa estética e teatral com as costumeiras sobreposições de cores, texturas, materiais, referências, proporções… e por aí vai. O resultado são roupas de construções volumosas, cheias de detalhes e bordados, que contrastam às máscaras de luta livre; elementos circenses coloridos que vão de losangos à patchworks; e florais, plumas e brilhos que consolidam sua linguagem maximalista também na couture.

Continua após a publicidade

Veja alguns looks da semana de alta-costura em Paris:

Schiaparelli: silhueta e opulência dos séculos passados
Schiaparelli: silhueta e opulência dos séculos passados (Schiaparelli/Divulgação)

 

Dior: flores e crinolinas para recriar mundo de fantasia
Dior: flores e crinolinas para recriar mundo de fantasia (Estrop/Getty Images)

 

Giambattista Valli: tons róseos em muitas camadas e volume
Giambattista Valli: tons róseos em muitas camadas e volume (Estrop/Getty Images)

 

Chanel: Cores e leveza em clássicos
Chanel: Cores e leveza em clássicos (Kristy Sparow/Getty Images)
Continua após a publicidade

 

Armani Privè: inspiração em culturas asiáticas
Armani Privè: inspiração em culturas asiáticas (Estrop/Getty Images)

 

Valentino: maximalismo teatral
Valentino: maximalismo teatral (Victor VIRGILE/Gamma-Rapho/Getty Images)
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

OFERTA RELÂMPAGO

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 1,99/mês*

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai a partir de R$ 7,48)
A partir de 29,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$ 1,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.