‘A Força do Querer’: a novela dos bananas
Enquanto as mulheres roubam a cena na novela das 9h, os homens tem deixado a desejar
As mulheres roubaram a cena em A Força do Querer, a trama de Gloria Perez que alavancou a audiência do horário nobre da Globo. Não faltam personagens femininas fortes, como a decaída Bibi Perigosa (Juliana Paes), a policial e fera do MMA Jeiza (Paola Oliveira) e a sereia de sexualidade e moral livres Ritinha (Isis Valverde). Resta ao time dos homens, repleto majoritariamente de pasteis, apenas um fiapo de esperança, agora que Ivana (Carol Duarte) está oficialmente entre eles e traz sua força para o grupo.
Confira os sete personagens com maior vocação para pamonha da novela das 9:
Eugênio (Dan Stulbach)
Eugênio é como um brinquedo de corda na mão de Joyce (Maria Fernanda Cândido) e Irene (Débora Falabella). O advogado ama a esposa e, a princípio, não queria cair nas garras da vilã, mas bastou a falsa arquiteta estalar os dedos para Eugênio, como um cachorrinho, embarcar em uma aventura extraconjugal. Expulso de casa por Joyce, o advogado foi logo viver com a amante – com quem não queria ficar, mas, afinal, um pastel não sabe viver sozinho… A caminho da lua-de-mel com a falsária, o adúltero encontrou a esposa no avião e compelido por um diálogo de meias palavras, voltou para os braços da socialite com o rabinho entre as pernas.
Eurico (Humberto Martins)
Tão pastel quanto o irmão, Eurico é o clássico “machão”. Além de homofóbico, ele repudiou o fim do casamento de Eugênio com Joyce – quis, inclusive, contratar um advogado para ajudar o irmão –, seguindo os princípios da “família tradicional brasileira”. Mas de que adianta toda essa marra, se Eurico não consegue enxergar os dribles da esposa, Silvana (Lília Cabral), uma viciada em jogo que rouba o marido a torto e a direito? E que o próprio motorista, Nonato (Silvero Pessoa), para quem destila preconceitos, é na verdade uma drag queen?
Cláudio (Gabriel Stauffer)
Cláudio ganha destaque tanto na lista dos “pastéis” quanto na dos piores namorados de todos os tempos. O moço demonstrou interesse por Ivana (Carol Duarte) logo no início da trama e, a curtos passos, conseguiu conquistar o coração da filha de Joyce. Apesar do jeito masculino de se vestir e das constantes reclamações da namorada, Cláudio comprou uma camisola extremamente feminina para Ivana usar na primeira vez do casal. Das duas, uma: ou ele é cego ou é um completo sem noção. Apostamos na segunda.
Abel (Tonico Pereira)
O pai de Zeca (Marco Pigossi) tem apenas duas funções na novela: dormir e reclamar. Não importa a situação, Abel arruma um motivo para se queixar, e nunca fazer nada sobre o assunto. O reencontro com a mãe de seu filho, Almerinda, a Mere (Fafá de Belém), colocou o personagem em depressão, trancado em casa por dias, como uma criança birrenta.
Dantas (Edson Celulari)
Tudo indica que a empresa de advocacia de Eugênio e Eurico só admite pasteis. Dantas, pai de Cibele, não consegue frear a loucura da própria filha — se é que percebe o que está acontecendo debaixo do seu teto — e fez o advogado apenas uma vez, para ajudar Bibi. Normalmente, ele aparece como o ombro amigo para os demais personagens da novela.
Ruy (Fiuk)
Ruy puxou a marra de seu tio Eurico e, como ele, segue sendo feito de bobo por todos à volta. Casou com Ritinha (Isis Valverde) e comprou a história de que a sereia estava grávida de um filho seu, que na verdade era — e é — de Zeca (Marco Pigossi). Antes o “outro” do relacionamento do rival e Ritinha, Ruy agora é o traído do triângulo, com a reaproximação entre a esposa e o ex.
Zeca (Marco Pigossi)
Outro exemplo de como o machismo pode transformar um homem num pastel. Apesar do bom coração, o caminhoneiro que se arroga a macho-alfa tenta controlar as mulheres, ditando regras que ficaram obsoletas já no século passado. Zeca perdeu Ritinha por isso mesmo, e logo mais irá perder também Jeiza — afinal, a lutadora de MMA merece alguém que admire a sua força.