Após sofrer ataques racistas durante uma apresentação em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, Seu Jorge publicou um vídeo de 9 minutos nas redes sociais para responder os agressores, falar sobre conscientização social e agradecer o apoio daqueles que o defenderam, ressaltando saber que o racismo não define o estado sulista. Na última sexta-feira, 14, o cantor se apresentou no clube Grêmio Náutico União e ao final foi hostilizado por parte da plateia, sendo ofendido com gritos de “macaco” e imitações do animal.
“Eu tenho enorme respeito ao estado do Rio Grande do Sul e toda a sua gente. Particularmente, não percebi nenhuma pessoa negra no jantar. As pessoas negras que encontrei foram somente os funcionários. Ouvi dizer que eles estavam proibidos de olhar para mim ou falar comigo quando eu chegasse no local, mas o importante é que no final do show eu falei com todo mundo, abracei e tirei foto com todo mundo”, começou o artista.
“Quando chegou no final do show, eu saí do palco. Quando cheguei atrás do palco, eu começo a escutar muitas vaias e xingamentos. Por conta disso, eu percebi não seria possível voltar para fazer o famoso ‘bis’, mas, sozinho, retornei ao palco e, de maneira respeitosa, agradeci a presença de todos e me retirei do local do show. Na verdade, o que eu quero dizer aqui é que não reconheci a cidade que aprendi amar e respeitar. Na verdade, o que eu presenciei foi muito ódio gratuito e muita grosseria racista”, lamentou Seu Jorge.
Na segunda, 17, a Polícia Civil de Porto Alegre fez uma solicitação formal ao clube Grêmio Náutico União para que entregue, em até três dias, as imagens de câmeras de segurança do espaço. O objetivo da delegada Andrea Mattos, titular da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância, é identificar suspeitos do crime de racismo praticado contra Seu Jorge.