Fortaleça o jornalismo: Assine a partir de R$5,99
Continua após publicidade

Ameaça de Bolsonaro à Ancine repercute em revistas americanas

'The Hollywood Reporter' e 'Variety' falaram sobre 'censura' e 'abismo' entre os valores do governo federal e a indústria cinematográfica brasileira

Por Redação
Atualizado em 23 jul 2019, 16h12 - Publicado em 23 jul 2019, 10h56

Duas das maiores revistas americanas que cobrem o universo do cinema e do entretenimento nos Estados Unidos, The Hollywood Reporter e Variety, dedicaram reportagens à ameaça do presidente Jair Bolsonaro de extinguir a Agência Nacional do Cinema (Ancine) e ao seu comentário sobre a necessidade de criação de “filtros” na seleção de filmes que o órgão apoia.

“A Ancine vem enfrentando repetidas críticas e ameaças do governo Bolsonaro nos últimos meses, mas os comentários do presidente na semana passada provocaram uma reação visceral da indústria brasileira de cinema, com muitas personalidades rejeitando o crescimento da interferência e censura do governo”, disse a Hollywood Reporter, que chama Bolsonaro de “ex-militar que virou um político populista de direita”.

A revista Variety afirmou que as palavras de Bolsonaro “ressaltam o imenso abismo nos valores entre grande parte de seu governo e as indústrias de cinema e TV brasileiras” e que elas vêm à tona apenas dois meses depois de o país ser o quarto em número de produções exibidas no último Festival de Cinema de Cannes, atrás apenas da França, Estados Unidos e Bélgica. No evento, um dos mais prestigiosos do cinema, Bacurau, do pernambucano Kleber Mendonça Filho, ganhou o prêmio do júri, e A Vida Invisível de Eurídice Gusmão, do cearense Karim Aïnouz, levou o troféu da mostra paralela Um Certo Olhar. Os dois projetos foram apoiados pela Ancine.

Revista ‘The Hollywood Reporter’ fala sobre ameaça de Bolsonaro à Ancine
(//Reprodução)
Continua após a publicidade
Revista ‘Variety’ fala sobre ameaça de Bolsonaro à Ancine
(//Reprodução)

Na última quinta-feira 18, Bolsonaro assinou uma medida que transfere o Conselho Superior do Cinema do Ministério da Cidadania para a Casa Civil e afirmou que não pode “admitir que com dinheiro público façam filme como o da Bruna Surfistinha”. Na sexta-feira, disse que pretende transformar a Ancine em uma secretaria vinculada a algum dos ministérios do governo e que a agência terá “filtros culturais” para a seleção do que será fomentado pelo órgão. O presidente disse ainda que o cinema brasileiro deveria investir em histórias de “heróis nacionais”, que “no passado deram sua vida, se empenharam para que o Brasil fosse independente”.

A revista The Hollywood Reporter esclareceu que a Ancine é pedra fundamental da indústria cinematográfica brasileira, por apoiar projetos financeiramente e também por estabelecer e investir em infraestrutura da produção no país. A publicação também lembrou os cortes de incentivos de empresas e bancos estatais a projetos culturais, caso da Petrobras, do BNDES e da Caixa Econômica Federal.

“A contínua incerteza sobre o futuro do financiamento do cinema vai simplesmente acelerar uma mudança das maiores produtoras de filmes no Brasil para criar mais para suas plataformas, nacionais ou internacionais, estabelecidas ou a serem criadas, que estão lançando produções ousadas para seus assinantes na maior economia da América Latina”, concluiu a Variety.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 9,98 por revista)

a partir de 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.