A “Casa da Rússia” foi, por anos, uma das principais atrações do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suiça. Com os russos de fora do evento esse ano, a tradicional “casa”, localizada na avenida principal da cidade, foi substituída pela “Casa dos Crimes de Guerra da Rússia”, organizada por atistas ucrânianos como uma forma de protesto à invasão do país.
Idealizada pela Fundação Victor Pinchuk e pela PinchukArtCentre, a instalação tem como objetivo “informar os principais fatos, compartilhar rostos, nomes e datas e fornecer uma plataforma para vítimas contarem suas histórias”, descreve o site da instituição, que também organizará discussões sobre o tema ao longo da semana.
Na exibição, que fica em cartaz entre a segunda-feira, 23 e a quinta-feira, 26, ficarão expostas fotos da guerra na Ucrânia, além de um telão com um vídeo do presidente Volodymyr Zelensky, que acusa a Rússia de crimes de guerra. Em uma outra sala, um mapa da Ucrânia expõe o número de vítimas nas diferentes províncias do país, além de um vídeo composto por fotos de civis mortos e casas bombardeadas.
“Este é um lugar onde todos os influenciadores e todos os tomadores de decisão do mundo se reúnem”, disse o diretor artístico do Pinchuk Arts Center, Bjorn Geldhof, à Reuters TV. “Precisamos mostrar quem está sofrendo e por que eles estão sofrendo.”
Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em fevereiro, os ucrânianos acusam as forças russas de crimes de guerra. A Rússia nega, e acusa Kiev de forjar crimes para difamar seu exército. Em relatório publicado no início de maio, no entanto, a organização de direitos humanos Anistia Internacional afirmou que há evidências concretas de que tropas russas cometeram crimes de guerra, incluindo execuções extrajudiciais de civis, nos arredores da capital ucraniana, Kiev, em fevereiro e março.