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As mulheres, o assédio e o Carnaval do ‘não é não’

Campanha de financiamento coletivo arrecadou mais de 20 000 reais e agora distribui 25 000 tatuagens temporárias com a frase contra o assédio

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 5 fev 2018, 10h35 - Publicado em 5 fev 2018, 10h32
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  • Marina Person e Leandra Leal
    Marina Person e Leandra Leal durante desfile do bloco 'Acadêmicos do Baixo Augusta' em São Paulo (@leandraleal/Instagram)

    A virada de mesa das mulheres chegou ao Carnaval. Uma campanha feita por meio de financiamento coletivo na internet conseguiu arrecadar mais de 20 000 reais e agora distribui 25 000 tatuagens temporárias que deitam sobre o corpo de quem as aplicar a frase “Não é não”. Neste fim de semana, a mensagem já chegou a blocos de sete cidades, entre elas São Paulo, Rio, Salvador e Recife.

    “Ainda tem cara que pega pelo braço, puxa o cabelo, tenta beijar à força. O que acontece é que, antes, as meninas ficavam quietas. Hoje, elas gritam, respondem, não deixam”, disse a estudante de Medicina Thaíse Silveira, de 21 anos, que aderiu à campanha enquanto curtia o Carnaval no Acadêmicos do Baixo Augusta, ontem, que tinha entre seus principais foliões as atrizes e diretoras Leandra Leal e Marina Person, também adesivadas com a frase. Thaíse usava uma camiseta transparente, com os adesivos cobrindo os mamilos.

    “O que aconteceu foi que nenhum cara me abordou até agora”, contou a dona de cafeteria Raquel de Souza Lima, de 41 anos, que acompanhou o mesmo bloco. Para ela, muitos homens ainda não entendem a diferença entre uma abordagem respeitosa e o assédio. “As mulheres gostam de um elogio que respeita.”

    As meninas podem comprar a tatuagem pela internet e ainda fazer doações. Os valores variam de 10 a 700 reais e incluem brindes como vidros de glitter, brincos, camisetas e óculos de sol. Com o dinheiro arrecadado, outras tatuagens estão sendo distribuídas gratuitamente nos blocos.

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    Em um vídeo divulgado pela internet, as integrantes do grupo explicam que a ideia começou no ano passado, quando 40 mulheres resolveram produzir 4 000 tatuagens para o Carnaval do Rio. O movimento teve tanto apoio que foi montada uma campanha maior para 2018.

    No sábado, em Pinheiros, na zona oeste, a tatuagem era distribuída no bloco Ritaleena. Gabriela Ramalho, de 28 anos, foi uma das que aceitou o brinde. “Os caras têm de entender.”

    Alguns homens receberam bem o recado. “Ninguém quer ser alvo de um textão (nas redes sociais) falando que você é um assediador”, conta o estudante Filipe Loreto, de 21 anos. “Carnaval é festa. Mas homem que é homem sabe agradar sem forçar a barra”, diz.

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    Agressividade

    Mesmo com alguma mudança, as mulheres ainda reclamam de assédio durante o Carnaval. Raphaela Godoy, Laura Yumi e Letícia Iamada vieram de Campinas para seguir os blocos de São Paulo neste fim de semana. No sábado, as jovens se preparam para curtir o Casa Comigo – com vestidos, véus e muito brilho -, mas se assustaram com o comportamento agressivo e abusivo dos homens. Mudaram de ideia e foram ao show de Elba e Alceu. “O clima do bloco deixou a gente assustada, então preferimos ir para outro lugar.”

    “Eu adoro Carnaval, adoro dançar. Acho muito legal esse clima de festa. Mas pode acontecer de homens tentarem nos beijar a força” reclamou Elaine Ferreira Vasconcelos, de 19 anos, que foi ao Casa Comigo. Já Aline Ferreira, de 23 anos, acompanhou o bloco pela quarta vez e não viu problemas. “É muito seguro e os homens respeitam as mulheres.”

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