Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

BaianaSystem lança selo ‘para quem tem autenticidade’

Grupo baiano abriu o Máquina de Louco, que gravava somente os discos da própria banda, para outros artistas da cena musical baiana

Por Erich Mafra
Atualizado em 12 ago 2019, 21h28 - Publicado em 27 jun 2019, 15h32

Desde seu começo em 2009, a banda BaianaSystem nunca fugiu da inovação (e da ideologia). Além das músicas que misturam variados gêneros musicais, o grupo já se aventurou na produção de uma campanha publicitária às avessas para o single Invisível, mostrando figuras marginais do Carnaval baiano, como cordeiros e ambulantes, e criou o bloco Navio Pirata, que leva um forte tom político para a folia – neste ano, foram homenageados Marielle Franco e o mestre de capoeira Moa do Katendê. Agora, na tentativa de fugir do excesso de “produtização” da indústria musical, o grupo abriu seu selo Máquina de Louco, que até então só lançava os discos do BaianaSystem – o mais recente foi O Futuro Não Demora, de fevereiro –, para outros artistas, na tentativa de apoiar novos nomes da cena musical baiana.

Vocalista e um dos idealizadores da banda, Russo Passapusso explica que o selo nasceu de um grupo de debate que discutia o mercado fonográfico e musical. “Conversávamos para entender como as manifestações artísticas poderiam ser feitas de uma forma protegida (ligada aos direitos autorais e à liberdade artística). Esse debate acabou crescendo – ganhando novos membros – e acarretou nessa coisa de direção e aconselhamento (a outros artistas)”, diz o vocalista a VEJA. As discussões abordavam desde o declínio dos formatos físicos e a preferência do mercado por singles até questões de sonoridade, trazidas por músicos como Curumin e BNegão, que estão sempre ajudando e opinando nas produções do BaianaSystem.

A busca por uma produção independente e com mais liberdade levou à criação do selo. “A Máquina de Louco é um lugar para gerenciarmos essas coisas burocráticas e de produção do Baiana. Seja uma trilha, a produção de alguma festa em Salvador ou a saída do bloco Navio Pirata”, conta Beto Barreto, guitarrista e fundador do grupo. Algumas ideias da Máquina de Louco dialogam com a plataforma Laboratório Fantasma, empresa do rapper Emicida que atua ao mesmo tempo na produção de discos, como selo, e também no agenciamento da carreira de artistas.

Livia Nery
Livia Nery (Caroline Bittencourt/Divulgação)
Continua após a publicidade

A decisão de expandir a atuação da Máquina a outros nomes da música surgiu naturalmente, quando a cantora Livia Nery apresentou seu primeiro disco aos músicos e amigos do grupo baiano, que ela conhece há mais de dez anos. “Livia confia na nossa forma de trabalho. Ela sempre pediu indicações e mostrou o seu trabalho para analisarmos. Por isso, surgimos com a ideia de lançar o álbum dela. Foi algo bem natural”, afirma Filipe Cartaxo, o responsável por pensar a identidade do selo e do BaianaSystem.

“Lá em Salvador, a música alternativa é aquela que não é Axé Music. Por isso, há algum tempo, era um reduto pequeno. Sempre ia esbarrando com eles em shows e eventos”, conta a cantora. “Eu terminei o disco e fui passar um mês em Salvador. Procurei mostrar o trabalho para todos os meus amigos, incluindo eles (BaianaSystem).” Estranha Melodia, de Livia, lançado no começo do mês, é o primeiro álbum da gravadora que não carrega o nome do grupo.

Apesar da consolidação do selo, Cartaxo garante que o grupo “não está abrindo a plataforma para ter uma série de artistas como produto”. Livia Nery e o rapper Vandal, que está produzindo um álbum com a Máquina de Louco, participaram do último álbum do grupo e se fazem presentes nos debates mencionados por Passapusso. “Não é qualquer um que vai lançar seu trabalho pelo selo. É uma coisa meio de doido mesmo. Nós queremos provocar a arte do indivíduo. A Máquina de Louco é feita para quem tem autenticidade. A pessoa também tem que ter um elo com a tradição e um desprendimento com a execução”, diz o vocalista.

Publicidade

Imagem do bloco

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.