Há muita novidade vindo por aí no Big Brother Brasil. A principal é a substituição de Pedro Bial por Tiago Leifert na apresentação, o que deve imprimir um tom diferente ao programa. O cenário foi reformulado e, com isso, também mudará a interação dos participantes com o ambiente e uns com os outros. No entanto, por mais significativas que sejam as transformações ao longo dos anos, existem fatores que estão no DNA do BBB e já se tornaram lugares-comuns aos olhos do público. Confira quais são:
O rapaz ingênuo de verborragia bizarra
Durante a história do BBB, apenas dois marrentos consagraram-se vencedores – Alemão (BBB7) e Marcelo Dourado (BBB10) -, feito que dificilmente repetiriam nos dias atuais, em que qualquer indício de machismo numa atração de TV é rechaçado de cara pelas feministas. Os fãs do reality show costumam demonstrar maior inclinação aos tipos ingênuos e com um toque de rusticidade. Não é à toa que, entre as 16 edições, três foram ganhas por caubóis (literalmente falando): Rodrigo (BBB2), Fael (BBB12) e Cézar (BBB15). Esse último, aliás, chamou a atenção pela fala enrolada, algo que Kléber Bambam (BBB1), adepto do estilo caipira, também possuía. O casting do BBB17 conta com tipos metidos a nerd e a intelectuais, mas não será surpresa alguma que algum deles se faça de bobo em algum momento conveniente.
A desprezada que dá a volta por cima
BBB sempre foi sinônimo de atributos físicos abundantes. No entanto, a aparência nem sempre significa um item importante para conquistar o prêmio de 1,5 milhão de reais, principalmente para as sisters. O público admira a beleza, sim, mas tende a simpatizar com as moças que percorrem uma trajetória difícil dentro da casa, principalmente se a injustiça, a traição e o desprezo masculinos se tornarem as pedras do caminho. No BBB11, os telespectadores tomaram as dores de Maria, tratada com desdém por Mau Mau. Fernanda Keulla, campeã do BBB13, foi rejeitada por André antes de o moço ceder às investidas. Outro exemplo: Munik, vencedora da última edição, sofreu com a eliminação da amiga Ana Paula, com os foras de Renan e com a pegadinha do falso libanês, Laham, com quem trocou beijos sem saber que se tratava de um ator. Antes mesmo de o BBB17 começar a movimentação das redes sociais já apontam a youtuber Roberta Freitas como forte candidata ao papel. A moça já se declarou ciumenta e fez um vídeo chorando por causa do valor pago por “uma coxinha minúscula”.
Confusão, troca de ofensas e gritaria
Um dos vários apelidos do BBB é, justamente, Big Barraco Brasil. Não houve uma edição sequer até o momento sem discussões e brigas das mais variadas intensidades. A última grande confusão, protagonizada por Ana Paula no BBB16, culminou na expulsão da sister após ela ter dado dois tapas na cara do modelo Renan. Além do próprio estresse inerente ao perfil do programa, que obriga pessoas que nunca se viram antes a conviver 24 horas por dia, a direção vem caprichando cada vez mais no sadismo para mexer com os ânimos da turma. Levando-se em contas os últimos BBBs, podemos antever privação de sono, dieta forçada e rigorosa, competições de resistência massacrantes, castigos impiedosos e disputas que devem colocar à prova amizades sinceras, romances e lobos travestidos de cordeiros.
Romance e movimentação de edredom
Formar casal nem sempre ajuda a abocanhar o grande prêmio em dinheiro, mas pode garantir um tempo extra de permanência na casa e até um lugarzinho ao sol entre os finalistas. Fã de Big Brother gosta de ver beijo na boca e movimentação de edredom – se os participantes fizerem parte de um triângulo amoroso, melhor ainda. Mais do que arrumar um par de chinelo velho para um pé cansado, é notório que vários participantes têm na mira acumular um bom pé de meia: casaizinhos podem negociar cachês melhores para trabalhos fotográficos e presença em eventos. Alguns (poucos) pares superaram problemas como traições e a fama fugaz e seguem juntos até hoje, com direito a filhos: é o caso de Mariana Felício e Daniel Saullo (BBB6), Adriana Sant’Anna e Rodrigão (BBB11) e Fernando e Aline (BBB14). Mesmo os jogadores menos predispostos à azaração podem ser alvo da ação dos feromônios e do teor etílico das festas.
Escândalos na internet
A adesão crescente às redes sociais desde que o Big Brother estreou, em 2002, transformou os internautas – principalmente os usuários do Facebook e do Twitter – em conarradores do programa. O que os jogadores dizem na casa repercute fora dela, obviamente, mas o que fizeram aqui fora também tem o poder de definir torcidas, antipatias e definir os rumos do programa. No BBB16, Ana Paula se incomodou com um comentário de Laércio sobre gostar de meninas mais novas e o acusou de pedofilia, atitude que foi vista como injusta pelos demais. Vários internautas, entretanto, trouxeram à tona prints de conversas do curitibano com uma menina de 13 anos e fotos de adolescentes seminuas. Atualmente ele está preso, aguardando julgamento. No BBB15, o ex-militar Luan gerou controvérsia ao contar aos colegas que havia matado um jovem com um tiro na cabeça durante uma ocupação no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. Ao ser eliminado, afirmou que tinha inventado a história para se sobressair. Em 2012, o modelo Daniel acabou sendo desclassificado após o público acusá-lo de estuprar Monique enquanto ela dormia, após muita bebedeira. O inquérito foi arquivado porque a moça negou o ocorrido. Neste ano, mal a lista de participantes foi divulgada e os internautas se dedicaram à “caça ao tesouro”: até o momento, encontraram posts de teor preconceituoso de Vivian e de Luiz e um tuíte de Roberta criticando um comentário de Tiago Leifert em 2016, justamente em defesa de Laércio.