A atitude de alguns participantes do Big Brother Brasil 19 acabou se tornando caso de polícia. Após denúncias do público, a Polícia Civil do Rio de Janeiro abriu um inquérito para apurar se houve ou não crime de racismo e intolerância religiosa dentro da casa.
A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) confirmou a instauração do inquérito, mas disse que as investigações correm sob sigilo e não informou quais são as pessoas envolvidas no caso.
Entre os comentários que causaram polêmica nas redes sociais, destaca-se o da participante Paula von Sperling Viana, feito na semana passada. Enquanto conversava com Diego Wantowsky e Hariany Nathalia, a estudante de direito disse que tinha medo do dramaturgo Rodrigo França, também integrante da casa, por ele “ter contato com esse negócio de Oxum”, e ainda completou: “Nosso Deus é mais forte”. Oxum é um a entidade cultuada no Candomblé e na Umbanda, ambas religiões africanas.
Essa não foi a única fala discriminatória de Paula. Numa conversa no quarto feminino, ela chamou cabelo cacheado de “ruim” e, enquanto contava uma história de assassinato, se disse surpresa ao descobrir que o criminoso não era “faveladão”, mas sim “branquinho” e que “morou não sei quanto tempo na Austrália ou no Canadá”.
Outro participante que também vem provocando revolta nas redes sociais por seus comentários é Maycon Santos. Numa conversa com outros jogadores, ele disse que uma menina que conhecera era “negra, mas era linda”.
Já no último domingo 10, ele se mostrou incomodado quando Gabriela Hebling e Rodrigo, ambos negros, começaram a dançar juntos sob a canção Identidade, de Jorge Aragão, cuja letra aborda o preconceito racial e cujo ritmo remete a batidas africanas. Na ocasião, Maycon afirmou aos colegas que “sentiu arrepios” ao ouvir aquelas “músicas esquisitas” e disse ainda que ouviu uma mensagem de Jesus Cristo dizendo: “Não faça igual a eles”.