Condenado em setembro pela Justiça Federal a nove anos e três meses de prisão por sonegação fiscal, o criador do Inhotim, o empresário Bernardo Paz, não é mais presidente do Conselho de Administração da instituição mineira. Em seu lugar assume o economista Ricardo Gazel, que já ocupou, entre outros cargos, o de chefe de assessoria econômica e especialista líder em Modernização do Estado do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
A saída de Paz teria ocorrido a seu pedido, conforme informações da assessoria de comunicação do Inhotim, um dos maiores centros de exposição de arte contemporânea a céu aberto do mundo, localizado em Brumadinho, na Grande Belo Horizonte.
Além da condenação, o idealizador do Inhotim negocia com o governo de Minas dívida de 500 milhões de reais que tem com o fisco estadual de empresas que possuía na área de mineração. A intenção de Paz em repassar obras de seu acervo que estão expostas em regime de comodato no Inhotim em troca de quitação do passivo. Uma lista com obras foi enviada à Advocacia-Geral do Estado (AGE), que analisa a proposta.
O Instituto Inhotim, em nota, afirma que Bernardo Paz “comunicou seu afastamento, por prazo indeterminado, da presidência do conselho”. O novo ocupante do posto, ainda conforme o instituto, é doutor em economia e foi diretor-executivo do Inhotim de setembro de 2012 a novembro de 2013. Gazel foi ainda economista sênior para Angola e Moçambique pelo Banco Mundial.
Em declaração enviada pela assessoria do Inhotim, Gazel diz ser uma honra estar de volta. “Ao mesmo tempo, é um grande desafio ocupar o lugar de Bernardo Paz, um homem brilhante que dedicou a vida para materializar seu sonho e transformar a vida das pessoas. Uma figura de extrema sensibilidade, que nos presenteou com esse espaço que é patrimônio de todos. Farei tudo o que estiver a meu alcance, junto com os membros do conselho, diretores e toda a equipe do Instituto, para que o Inhotim continue sendo esse exemplo”.