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Caio Blat sobre foto controversa no Instagram: ‘Provocação’

Ator foi acusado de machismo ao publicar imagem com uma mulher que vestia uma camisa com a frase: 'bruta não, mal domada'

Por Redação
Atualizado em 27 abr 2018, 20h46 - Publicado em 26 abr 2018, 19h39

Caio Blat se pronunciou, nesta quinta-feira, quanto à discussão que tomou conta de seu Instagram. Na terça-feira, o ator publicou uma foto com uma moça vestindo uma camiseta com a frase: “bruta não, mal domada”. A postagem foi considerara machista, inclusive pelas colegas de Globo do ator Alice Wegmann, a protagonista da nova novela das 11, Onde Nascem os Fortes, e Maria Casadevall, que fez uma chilena em Os Dias Eram Assim.

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Caio Blat e garota com camisa onde se lê ‘Bruta não, mal domada’, versos de música de Giovane Freitas (Reprodução/Instagram)

“Agradeço a todos que comentaram e contribuíram com sua opinião, enriquecendo esse debate” escreveu Blat, nos comentário. “Espantei-me com a frase, procurei saber e me surpreendi mais ainda ao saber que se tratava de um grupo de mulheres e que o bordão típico, de cunho evidentemente machista, pode ser motivo de orgulho e identidade, em outro contexto cultural.” A frase, espécie de máxima popular em parte do interior do país, já foi usada em letras de música sertaneja, como a canção homônima do cantor Giovane de Freitas e uma variante, Xucra Não, Mal Domada, de Pedro Henrique e Leonardo.

O ator negou qualquer conotação machista: “Postei sem fazer nenhuma piada machista, mas como provocação, pela contradição da imagem. E fico feliz que tenha espantado tanta gente, gerado discussões e dúvidas, mostrando que nossa sociedade está amadurecendo nessa questão. E que o assunto é complexo e não se encerra aqui”, concluiu.

Bruta não, mal domada

A princípio, amigos de Blat, reagiram com bom humor à postagem. Johnny Massaro escreveu “KKKK Te venero”. E Guta Stresser, “Hahahahah amei! Quero uma”. Na mesma linha, a também atriz Virginia Cavendish escreveu, “Maravilhoso! Quero uma dessa!”

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O tom dos comentários mudou depois que Maria Casadevall se posicionou categoricamente contra a camiseta, que para ela perpetua o machismo e a violência contra a mulher. “Onde é que está a PIADA?”, questiona a atriz. “Por que faz rir a ideia de que uma mulher tenha que ser DOMADA? Por que faz rir a ideia de que uma MULHER e um ANIMAL o mesmo lugar diante do Homem na SUPREMACIA DO MACHO? Pergunto: Se ela é bruta, deveria ser domada por QUEM? POR QUE? Afirmo: se alguma coisa tem que ser domada, são ideias e comportamentos que fabricam piadinhas aparentemente inofensivas que apenas servem para legitimar o funcionamento de nossa sociedade doente e MACHISTA, que mata muitas mulheres todos os dias. Isso não é ENGRAÇADO. É VIOLENTO. Bruta SIM, se ela quiser. E o que mais ELA QUISER SER. #machistasnãopassarão.”

Na esteira de Maria Casadevall, Alice Wegmann, que se posicionou contra o colega de elenco José Mayer no episódio em que foi acusado de assédio sexual pela figurinista Su Tonani, publicou um emoji com um sorriso de cabeça para baixo. Questionada pelos outros comentaristas da foto, ela rebateu ser a favor da camiseta com a máxima machista. “Vocês realmente acham que eu compactuo com algo assim? Fiquei até nervosa quando mandaram mensagens cobrando, achando que eu tinha curtido”, escreveu. “É uma carinha de cabeça para baixo.”

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Bruta não, mal domada.

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Na última quarta-feira, Johnny Massaro se desculpou por ter achado graça da foto — e da camisa, por tabela. “Amigas, peço perdão pelo meu comentário. Jamais seria minha intenção consciente rir ou compactuar com uma atitude machista. O teor do meu comentário se deve a uma relação pessoal minha com um amigo que amo e realmente não passou pela minha cabeça que pudesse dar margem a essa interpretação. Sei que nada disso justifica meu comentário — uma vez que tantas mulheres se sentiram, com toda razão, desrespeitadas — a não ser dizer que eu sinceramente não o escrevi nesse intuito. Reconhecendo minha história, minhas batalhas e minhas tentativas, só posso lamentar profundamente o ocorrido. Não é condizente com quem sou ou quero ser. Não me interessa o desrespeito, seja ao que ou a quem for. mais uma vez, perdão. Luz nos nossos caminhos!”

No mesmo dia, Guta Stresser voltou ao espaço de comentários da foto para se justificar, numa aparente alfinetada em uma das colegas. “Eu sou ‘mal domada’, o que significa que ninguém monta em mim, sou dona do meu nariz e mais feminista do que muitas que levantam a bandeira, mas só fazem correr atrás de um macho. Pronto, falei.”

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