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Cartas de Simone de Beauvoir a amante mais novo são divulgadas

Claude Lanzzman, cineasta com quem a escritora se relacionou por sete anos, vendeu 112 cartas dela para a Universidade de Yale

Por Da redação
Atualizado em 23 jan 2018, 15h58 - Publicado em 22 jan 2018, 17h37

A Universidade de Yale, nos Estados Unidos, comprou 112 cartas da escritora e filósofa francesa Simone de Beauvoir (1908-1986) destinadas a um amante, o diretor de cinema Claude Lanzzman, hoje com 92 anos. Foi ele mesmo que vendeu os documentos, por um valor não divulgado, por intermédio da casa de leilões Christie’s. Segundo o jornal Le Monde, que revelou o conteúdo de uma das correspondências, ele está proibido de publicar o material na França por objeção da filha da intelectual.

As cartas revelam uma mulher apaixonada. Entre 1952 e 1959, ela morou com o cineasta, 18 anos mais novo. “Minha querida criança, você é meu primeiro amor verdadeiro, aquele que acontece uma vez ou talvez nunca”, ela escreveu de Amsterdã. “Eu pensava que nunca diria as palavras que agora surgem naturalmente  para mim quando vejo você — eu te adoro. Eu te adoro de todo meu corpo e alma… Você é meu destino, minha eternidade, minha vida”.

 

Simone também se abre com Lanzzman sobre intimidades com o pensador existencialista Jean-Paul Sartre, com aquem manteve um duradouro relacionamento aberto. “Eu o amei, claro. Mas sem receber isso de volta — nossos corpos estavam lá para nada”, declarou.

Também sobre o romancista americano Nelson Algren, com quem se envolveu, as palavras pesam. “Eu o amava por causa do amor que ele sentia por mim, sem qualquer intimidade de verdade e sem nunca me entregar profundamente”, confessou.

Quando o diretor a conheceu, tinha apenas 26 anos e trabalhava como secretário de Sartre. Simone tinha 44 anos. Ao Le Monde, ele explicou que nunca teve intenção de levar as cartas a público, mas acusa a filha da escritora, Sylvie Le Bon de Beauvoir, de tentar riscá-lo da vida da mãe. “O conteúdo dessas cartas, de acordo com a lei francesa, pertence a quem as escreve, e não aos destinatários”, explicou, justificando que em Yale elas serão preservadas.

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