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Comissão da Câmara pode votar Parque do Bixiga nesta quarta

Grupos que defendem Projeto de Lei de criação da área pública fazem cartilha para explicar proposta de Gilberto Natalini, do Partido Verde

Por Redação
Atualizado em 27 mar 2018, 13h00 - Publicado em 27 mar 2018, 12h58

Audiência da Comissão Permanente de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente, da Câmara Municipal de São Paulo, pode dar um alento aos grupos que defendem a criação do Parque do Bixiga, nos terrenos que contornam o Teatro Oficina, na Bela Vista, região central da capital paulista. Se aprovado na reunião, marcada para as 11h, o Projeto de Lei 805/2017, de autoria do vereador Gilberto Natalini (PV), deve seguir para uma terceira comissão da Câmara dos Vereadores, antes de ir a plenário. Em dezembro, o PL recebeu aval da Comissão de Constituição, Justiça e Legislação Participativa.

Além do PV e a companhia teatral dirigida por José Celso Martinez Corrêa, o Zé Celso, o projeto tem apoio de arquitetos, urbanistas, intelectuais e artistas. Em uma página dedicada a ele no site Medium, foi publicada uma pequena cartilha que aponta as vantagens da criação do parque público e os impactos sociais e urbanísticos que a construção de torres residenciais pela Sisan, braço imobiliário do Grupo Silvio Santos, trariam à região. Arquitetos e urbanistas favoráveis ao parque argumentam que arquitetura não é somente um prédio, uma construção, mas engloba todo o entorno de uma obra, sua inserção e relação com as partes que a cercam.

De acordo com a cartilha, o bairro do Bexiga (ou Bixiga, na sua forma tradicional e popular), é o mais adensado da cidade de São Paulo, com 69.460 habitantes em 2,6 km2, ou uma pessoa a cada 26 m2. Entre os impactos do empreendimento imobiliário de Silvio Santos, estariam o aumento dos aluguéis e do custo de vida do bairro, intensificação do tráfego, interferência na ensolação e ventilação e impacto no rio Bixiga, que hoje corre debaixo dessas terras.

Entre os prós do parque, a interação entre os habitantes do bairro, um palco aberto para eventos culturais, a possibilidade de cultivo de hortas e bosques urbanos, diminuição da temperatura e permeabilização do solo contra chuvas.

O PL de Gilberto Natalini vai ao encontro dos planos do grupo comandado por José Celso Martinez Corrêa, o Zé Celso, que quer levar a cabo o projeto idealizado pela arquiteta Lina Bo Bardi, autora da forma final (e atual) do Oficina, de fazer um parque aberto em torno do teatro.

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Por outro lado, o PL vai de encontro aos planos comerciais do empresário e apresentador Silvio Santos, que é dono dos terrenos em torno do teatro, não quer cedê-los nem vendê-los e pretende erguer ali três torres de unidades residenciais.

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