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Conselho de Psicologia sobre ‘Outro Lado do Paraíso’: desserviço

Órgão criticou abordagem da novela dos temas abuso sexual e saúde mental por causa da trama de Laura, abusada pelo padrasto na infância

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 17h09 - Publicado em 5 fev 2018, 20h32
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  • O Conselho Federal de Psicologia (CFP) divulgou nesta segunda-feira uma nota criticando a abordagem da novela da Globo O Outro Lado do Paraíso dos temas abuso sexual e saúde mental. “O Conselho Federal de Psicologia entende que a telenovela, por se tratar de uma obra capaz de formar opinião, presta um desserviço à população brasileira ao tratar com simplismo e interesses mercadológicos um tema tão grave como o sofrimento psíquico de personagem cuja origem é o abuso sexual sofrido na infância”, diz a nota, publicada no site do órgão.

    Na trama de Walcyr Carrasco, o assunto é tratado na história de Laura (Bella Piero), uma jovem que sofreu abuso sexual do padrasto, Vinícius (Flávio Tolezani), quando era criança. Recém-casada com o médico Rafael (Igor Angelkorte), Laura não consegue se sentir plenamente confortável com o marido por causa do abuso que sofreu.

    Na semana passada, a mocinha do folhetim, Clara (Bianca Bin), conversou com a garota e sugeriu que ela procurasse a advogada Adriana (Julia Dalavia), que consegue acessar as memórias reprimidas de uma pessoa usando técnicas de coaching e hipnose. Coaches são profissionais que orientam seus clientes na vida pessoal e profissional, ensinando-os a subir na vida e a desenvolver determinadas características de sua personalidade, por exemplo.

    A nota do CFP critica a maneira como a Globo tratou a história. “São as novelas da Rede Globo que, como estratégia de elevar a audiência, frequentemente buscam embaralhar as barreiras do ficcional e do real”, continua o texto. “É consenso no Brasil que pessoas com sofrimento mental, emocional e existencial intenso devem procurar atendimento psicológico com profissionais da Psicologia, pois são os que têm a habilitação adequada.”

    “Saudamos como positiva a manifestação de diversos grupos e escolas de coaching, que, manifestando-se sobre o ocorrido, afirmaram compreender que os transtornos mentais devem ser cuidados por profissionais da saúde mental”, continua a nota. “O CFP faz um alerta à sociedade para que não se deixe iludir. As pessoas devem buscar terapias adequadas conduzidas por profissionais habilitados para os cuidados com a saúde, particularmente a saúde mental.”

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    Procurada, a assessoria de imprensa da Globo não se manifestou sobre o assunto até a publicação desta nota.

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