De surpresa, Taylor Swift lança novo disco indie-folk feito na quarentena
O oitavo disco de estúdio da cantora já surge como um dos melhores de sua carreira e traz letras cifradas sobre relacionamentos amorosos do passado
Lançamentos-surpresa de novos álbuns, mesmo quando são ruins, funcionam para nos dar aquela sensação urgente de que “temos de ouvir isso”. O interesse, no entanto, costuma ser fugaz. Mas Taylor Swift conseguiu romper esse ciclo de interesse seguido por decepção. Acostumada a planejar nos mínimos detalhes suas divulgações, ela mudou de estratégia em razão da pandemia e lançou de surpresa nesta sexta-feira, 24, Folklore, seu oitavo álbum de estúdio. As 16 faixas inéditas foram todas feitas durante o período de confinamento. Em post nas redes sociais, Taylor diz que a situação global serviu como lembrete de que “nada está garantido”. Faz sentido: afinal, por que esperar o momento ideal para lançar um novo disco? Ainda mais se for um disco bom, como é o caso da empreitada de Taylor.
ASSINE VEJA
Clique e AssineO resultado aponta para um de seus melhores trabalhos da carreira. O álbum sai quase um ano depois do último disco, Lover, divulgado em agosto de 2019, e revela uma nova faceta musical da artista, que começou no country em Fearless (2008), passeou pelo rock em Speak Now (2010) se jogou no pop em Red (2012) e 1989 (2014). Agora, ela investe no indie-folk. O lançamento é um alento aos fãs desamparados. Taylor Swift estava com uma agenda lotada de shows pelo mundo, inclusive no Brasil, onde deveria ter se apresentado em 18 de julho no Allianz Parque, em São Paulo.
O que chama atenção logo de cara é que Taylor soube se cercar de gente interessante do mundo indie para produzir mais essa guinada. O disco foi feito em parceria com Aaron Dessner, do The National, que trabalhou em 11 das 16 faixas, e Jack Antonoff, um colaborador de longa data. Justin Vernon, do Bon Iver, empresta sua voz grave na faixa Exile, a única com participação especial. Há ainda uma menção a um “herói misterioso”, William Bowery, que ninguém sabe quem é. Bem do jeito que Taylor gosta, a menção a Bowery já alimenta especulações se essa pessoa seria seu irmão ou o namorado, o ator Joe Alwyn.
Taylor jogou no colo dos fãs também outra “teoria” que alimentará os fóruns de discussões por anos. Em três músicas (ela não informou quais), Taylor canta sob três pontos de vistas diferentes a história de um triângulo amoroso em que ela se viu envolvida na adolescência. A aposta mais certeira é de que as músicas sejam August, Betty e Cardigan. Esta última ganhou também um belíssimo videoclipe com cenas da artista tocando piano em uma idílica floresta. “Em isolamento, minha imaginação correu solta e este álbum é o resultado, uma coleção de canções e histórias que fluíram como o fluxo da consciência. Pegar uma caneta foi minha maneira de fugir para a fantasia, história e memória. Contei essas histórias da melhor forma que pude com todo o amor, admiração e capricho que elas merecem”, escreveu a cantora em suas redes sociais.
Surprise 🤗 Tonight at midnight I’ll be releasing my 8th studio album, folklore; an entire brand new album of songs I’ve poured all of my whims, dreams, fears, and musings into. Pre-order at https://t.co/zSHpnhUlLb pic.twitter.com/4ZVGy4l23b
— Taylor Swift (@taylorswift13) July 23, 2020
Outra boa “teoria” é a de que Taylor teria revelado na música Betty o nome da terceira filha do casal Blake Lively e Ryan Reynolds, que nasceu em outubro. Se for verdade, as celebridades terão de ser esforçar muito para bolar uma maneira mais criativa de anunciar o nome de seus bebês daqui em diante. Na letra, Taylor cita os nomes Inez e James, os dois primeiros filhos do casal hollywoodiano. O terceiro filho, portanto, seria Betty, título da faixa. Será?
Buscar teorias e ligações secretas nas músicas de Taylor Swift é divertido e já virou tradição. Independentemente disso, o fato é que o disco é ótimo de ouvir. Taylor não precisa desse storytelling todo para provar que é uma grande artista. Em Folklore, suas músicas fluem fáceis e vão das bem lentas ao piano até as mais agitadas, como The Last Great American Dinasty, uma das melhores do disco. Aos 30 anos, Taylor prova estar no auge de sua criatividade.