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Débora Nascimento explica o seu silêncio: ‘Não quis expor outra mulher’

Atriz publicou texto no Instagram e falou pela primeira vez sobre a separação de José Loreto

Por Redação
Atualizado em 11 mar 2019, 19h11 - Publicado em 11 mar 2019, 11h09

Débora Nascimento falou pela primeira vez sobre sua ruidosa separação de José Loreto. A atriz publicou no domingo 10, em seu perfil no Instagram, uma longa reflexão sobre o episódio. O casal confirmou o rompimento em 16 de fevereiro, notícia que veio acompanhada por rumores sobre uma traição cometida pelo ator, que admitiu ter “errado”, sem detalhar o que fez.

No “textão”, Débora desabafa sobre a situação a partir de um olhar feminista, aproveitando a onda de mobilizações e mensagens de sororidade (apoio entre mulheres) que se espalharam pelas redes desde a sexta-feira, Dia Internacional da Mulher. “Nenhuma mulher merece se sentir oprimida” é a frase que abre seu depoimento. 

“Diante de tantos ataques e injúrias oportunistas que venho sofrendo, meu silêncio agora me oprime, mas a verdade há de me libertar”, escreveu.

Débora então afirma de que qualquer história tem sempre três versões – as dos dois lados envolvidos e a verdadeira, que não é nenhuma das duas. “Hoje”, ela completa, “temos o universo paralelo da internet e das redes sociais cheios de robôs e comentaristas da vida alheia que julgam a partir de um sistema de manipulação de imagem e narrativa”. Ela usa essa ideia para criticar a “quarta verdade” criada nesse mundo virtual, a versão que é maior e mais artificial do que a vida real.

A atriz disse ainda que sua sororidade é “verdadeira e não oportuna” e revelou que manteve silêncio até agora para “não expor mais uma mulher”.

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Ela encerra o texto citando o número de agressões sofridas por mulheres a cada hora no Brasil, para classificar sua postura como um “ato de resistência dentro dessa estrutura moralista e machista”. “Não aceito nada menos que ser feliz”, conclui.

Bruna Marquezine, outro alvo do diz-que-me-diz da internet na última semana (por uma situação envolvendo seu ex-namorado Neymar e a cantora Anitta no Carnaval),  apoiou a mensagem com um coração. Outras celebridades que aprovaram o desabafo foram Bruno Gagliasso, colega de Marina na novela O Sétimo Guardião, a atriz Sheron Menezes e a cantora Fafá de Belém, que disse ter “admiração e muito respeito” pela atriz.

A política Manuela D’Ávila (PCdoB), que foi candidata a vice-presidente do país em 2018, comentou: “Dever nossa felicidade a nós mesmas é a forma de homenagear a todas que morreram antes de nós. Admiro seu silêncio, sua consciência. Admiro a sua liberdade de ser quem quiser ser”.

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Nenhuma mulher merece se sentir oprimida. Diante de tantos ataques e injúrias oportunistas que venho sofrendo, meu silêncio agora me oprime, mas a verdade há de me libertar. Vamos falar de verdade? A verdade costumar ter três lados: o da pessoa que conta a sua versão, a versão do outro e finalmente o fato propriamente dito. Mas hoje temos o universo paralelo da internet e das redes sociais cheios de robôs e comentaristas da vida alheia que julgam a partir de um sistema de manipulação de imagem e narrativa. Nesse mundo virtual versões construídas crescem exponencialmente e ganham contornos maiores do que a vida real e assim é criada uma hipócrita, oportunista e artificial quarta verdade. Eu, Débora, faço questão de viver e valorizar a vida real, de acordo com meus princípios, prezando pelo bom senso e respeitando quem eu sou genuinamente: uma mulher de 33 anos, que trabalha muito, mãe de uma menina de 10 meses. Eu que sempre optei pela discrição em minha vida pública, sofri uma exposição e fui refém de uma situação que não escolhi. Tenho muita consciência do que vi e vivenciei, ninguém agiu sozinho, isso foi bem claro para mim. Mantive meu silêncio justamente para não expôr mais uma mulher – exercitando minha empatia e sororidade, que é verdadeira e não oportuna. Devemos sempre pensar na genuína fragilidade alheia. Nunca me permiti esmorecer. Pautei minhas atitudes com muita cautela, sempre priorizando proteger minha filha. Tenho ciência do meu poder feminino- o que considero um ato de resistência dentro da estrutura moralista e machista de um país onde 536 mulheres são agredidas por hora, onde as estatísticas perdem espaço para fake news. Sei que sou dona do meu corpo, valores, escolhas e silêncios. E nenhuma manipulação, julgamento injusto, narrativa artificial ou notícia mentirosa vai me impedir de ser feliz. Não aceito nada menos que ser feliz, devo isso à mim e minha filha.

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