Aos 77 anos, a atriz Susan Sarandon acumula filmes elogiados e prêmios (entre eles um Oscar) na mesma medida em que soma controvérsias. Ativista ferrenha de causas sociais variadas, Susan vem, recentemente, se impondo como a principal voz entre as celebridades contra a incursão militar de Israel na Palestina desde o estopim da guerra, no fim do ano passado. Ao declarar que a resposta de Israel ao ataque do Hamas em outubro se tornou desmedida, a atriz foi abandonada por sua agência em Hollywood – ação que não a impediu de aumentar as críticas ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, nem ao governo de Joe Biden. Recentemente, ela publicou nas redes sociais a polêmica fala de Lula, que chamou a guerra de “genocídio” contra os palestinos, remetendo ao Holocausto contra os judeus.
Apesar de ser democrata, Susan é crítica do partido e com frequência diverge de políticos como Hillary Clinton e Biden – até Obama já foi alvo das alfinetadas da atriz, que está mais à esquerda no espectro político. Na quinta-feira, 15, ela participou de uma manifestação no congresso americano pedindo o cessar-fogo em Gaza e protestou contra o plano bilionário de ajuda dos Estados Unidos à Israel e à Ucrânia. “Eu tenho o direito de me opor ao uso dos meus impostos em um genocídio”, ela disse.
Susan tem um histórico amplo como ativista – mesmo envolvida em causas válidas, como o combate à fome, ao racismo e contra a homofobia, a atriz acaba causando burburinho por se impor mais enfaticamente que os colegas, ou por exagerar nas declarações. Em 2011, ela chamou o papa Bento XVI de nazista, causando celeuma com a Igreja Católica. Em 2022, Susan teve de se desculpar publicamente após ironizar um evento de policiais que prestava homenagem a colegas mortos. Ela chegou a ser detida, em 2018, em um protesto pacífico contra Donald Trump e a prisão de crianças e imigrantes ilegais na fronteira com o México.