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Diretor italiano emociona em Berlim com filme sobre primeiro amor

'Call Me By Your Name', de Luca Guadagnino, é um dos melhores filmes do festival - e revela o ator Thimotée Chalamet, de 21 anos

Por Mariane Morisawa, de Berlim
Atualizado em 17 fev 2017, 17h23 - Publicado em 17 fev 2017, 17h23
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  • A competição do 67º Festival de Berlim foi morna, com poucos destaques reais. Então sobrou para uma paralela ter um dos melhores filmes do evento: Call Me by Your Name, do italiano Luca Guadagnino, que participou da seção Panorama após causar furor no Sundance Festival, em janeiro. Guadagnino volta a seu tema favorito, o amor, que abordou em seus dois longas anteriores, Eu Sou o Amor (2009) e A Bigger Splash (2015).

    Com roteiro de James Ivory, Luca Guadagnino e Walter Fasano, baseado no romance de André Aciman, o filme mostra o primeiro amor de Elio (Timothée Chalamet), um adolescente trilíngue, que copia partituras musicais nas horas vagas, toca piano e violão, lê o tempo inteiro e participa ativamente das conversas dos pais, os intelectuais Annella (Amira Casar) e Perlman (Michael Stuhlbarg). O pai é um arqueólogo e historiador de arte que recebe um assistente americano todos os verões em sua casa no norte da Itália. Neste ano, é a vez de Oliver (Armie Hammer). Elio se irrita um pouco com o jeito de Oliver, que chega usando camisa, bermuda, tênis e meia, mas logo está adaptado, bronzeado, de camisa aberta e descalço. Não demora para perceber que Elio está visivelmente encantado. Só que, aos 17 anos, a tendência é esconder esse fato ao máximo, especialmente porque o objeto de seu interesse é outro homem e porque o filme se passa em 1983. O relacionamento é complicado. Não se sabe exatamente o que Oliver deseja, porque avança e recua, deixando Elio perdido. O próprio Elio se envolve com uma adolescente local, de quem gosta.

    Mas o objetivo de Guadagnino não é fazer um tratado sobre as dificuldades do amor homossexual. Call Me by Your Name inunda a tela com o sentimento que se tem ao amar, ainda mais pela primeira vez, em que tudo parece explodir de vida, de cores, de sons. A paisagem italiana, com seus almoços de tarde toda ao ar livre, ajuda, claro. Mas fundamentais mesmo são as atuações. Armie Hammer (O Cavaleiro Solitário, Rede Social), com seu porte de galã feito para filmes de grande orçamento, surpreende com seu retrato delicado do volúvel Oliver. O camaleônico Michael Stuhlbarg está competente como sempre, fazendo brilhantemente uma cena perto do fim que vai ser daquelas para guardar para sempre. O grande destaque, porém, é a revelação de Timothée Chalamet, 21 anos, que tinha feito outros filmes (Interestelar, Homens, Mulheres e Filhos) e séries (Homeland), mas tem aqui seu primeiro grande papel e dá conta de uma sequência final que muito veterano não seria capaz de fazer.

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