Uma cabine com microfone ficará aberta neste final de semana na sede da produtora Conspiração Filmes, em São Paulo, para ouvir a opinião de homens e mulheres sobre a onda de feminismo que se vê agora em todo o mundo e vem sendo denominada de “Primavera Feminista”. A cabine ficará aberta das 14 às 18 horas no sábado, 24, (para mulheres) e no domingo, 25, (para os homens) na própria Conspiração em São Paulo (Rua Gumercindo Saraiva, 64). Os depoimentos colhidos serão usados para a produção de dois curtas da diretora Paula Sachetta, a mesma do documentário Precisamos Falar do Assédio. As produções ficarão disponíveis no site da plataforma Hysteria — um braço da Conspiração Filmes que produz e faz uma curadoria de conteúdos feitos exclusivamente por mulheres.
Liderado por Renata Brandão, CEO da Conspiração, o Hysteria foi criado em 2017 com o objetivo de produzir e distribuir conteúdos criados por mulheres. Hoje, a maior expressão da plataforma é o site, que reúne vídeos, textos e até podcasts produzidos por colaboradoras. Entre os conteúdos originais estão o programa Tudo, apresentado pela atriz Maria Ribeiro e Estrangeiras, que mostra o cotidiano de mulheres que moram fora dos seus países de origem.
Além do conteúdo online, o Hysteria foi responsável pela criação e realização da série Desnude, em parceria com o GNT. Com dez episódios (nove ficcionais e um documental), a produção exibida neste mês abordou a sexualidade feminina e contou com a participação de atrizes como Laura Neiva e Claudia Ohana. Para o segundo semestre, é planejado um festival de música do Hysteria.
Segundo Renata Brandão, a rede de mulheres da indústria do entretenimento foi se consolidando nos últimos cinco anos. “Há dois movimentos acontecendo: o primeiro é o da valorização da produção e criação de mulheres e o segundo é a abolição de barreiras para as mulheres exercerem certa carreira ou profissão”, diz a CEO.
Em quinze anos de carreira, Renata vê um aumento de mulheres em cargos de liderança, como o de diretora, dentro do cinema, mas ainda encara dificuldades para encontrar profissionais femininas em áreas técnicas. “Tendo a acreditar que não é que as mulheres não gostem dessas funções técnicas, apenas não tiveram oportunidade de conhecê-las. Existe todo um ecossistema cultural que nos impede de reconhecer essas funções como oportunidade de carreira”, explica.
Confira a conversa de Renata Brandão com VEJA: