De Leonardo Da Vinci a Andy Warhol, obras de arte famosas foram atacadas nos últimos meses como forma de ativistas chamarem a atenção para as mudanças climáticas causadas, especialmente, pelo uso exacerbado de combustíveis fósseis. As pinturas foram atingidas por comidas diversas, rabiscadas e alvo de colas que “grudam” os manifestantes às peças ou às paredes ao seu redor. Recentemente, os museus se pronunciaram sobre o tema: mais de 90 líderes de instituições culturais ao redor do mundo assinaram uma petição do Conselho Internacional de Museus da Alemanha condenando os protestos.
Até o momento, nenhuma obra de arte foi danificada definitivamente nas ações, que incluíram um Van Gogh atingido por sopa de tomate, um Monet lambuzado com purê de batata e um Andy Warhol rabiscado. Os manifestantes dizem que visam obras protegidas por vidros, porém, a nota dos especialistas afirma que o grupo menospreza a fragilidade das peças e ignora o caráter insubstituível delas. “Como diretores de museus, encarregados do cuidado dessas obras, estamos profundamente abalados com o risco a que elas estão sendo submetidas”, diz o comunicado.
Entre os 93 nomes que demonstraram preocupação, estão líderes de Instituições célebres do universo artístico, como o diretor do Museu do Louvre, Laurence des Cars; o do Padro, Miguel Falomir; Hartwig Fischer, do Museu Britânico; Richard Armstrong, diretor do Museu Guggenheim; Martine Gosselink, do Mauritshuis; e Max Hollein, do Metropolitan Museum of Art (Met), em Nova York.
Em outro comunicado, publicado no site global do Conselho Internacional de Museus, a instituição reconhece as preocupações dos diretores dos Museus, mas também ecoa os apontamentos feitos pelos ativistas do clima. “O ICOM vê a escolha dos museus como pano de fundo para esses protestos climáticos como um testemunho de seu poder simbólico e relevância nas discussões em torno da emergência climática”, escreve. Em seguida, o texto chama a atenção para o impacto das manifestações no trabalho de profissionais dos museus e pede que as instituições sejam vistas como aliadas no combate às mudanças climáticas.
Enquanto os protestos seguem acontecendo, algumas instituições começaram a reforçar a segurança para tentar evitar problemas. Na Alemanha, parte dos museus adotaram novas políticas, vetando o uso de bolsas e até jaquetas no interior nas áreas de exibição. Na França e na Espanha, instituições como o Prado e o Centro Pompidou também reforçaram a segurança visando impedir protestos em suas dependências.