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Documentário sobre Lady Gaga mostra talento e choro

‘Gaga: Five Foot Two’ acompanhou a cantora durante os oito meses em que ela revolucionou sua imagem

Por Mariane Morisawa, de Toronto
9 set 2017, 10h29

Lady Gaga ficou conhecida, dependendo do ponto de vista, como a maluca que se vestiu de carne ou a ousada que se escondia atrás de cabelos e maquiagens criativos. Mas ultimamente a cantora de 31 anos tem procurado mostrar a sua cara, como ficou claro em seu último álbum, Joanne. Também vai por esse caminho o documentário Gaga: Five Foot Two, que teve sessão de gala na noite da sexta-feira (8) no Festival de Toronto, com presença da popstar, que cantou ao vivo Bad Romance e depois participou de uma sessão de perguntas e respostas.

O filme dirigido por Chris Moukarbel acompanhou a cantora por oito meses, desde a preparação do novo álbum até a apresentação no Super Bowl deste ano. Gaga diz estar tentando deixar a menina de lado para virar mulher, ficando mais autoconfiante. “Antes, não sabia ser era bonita o suficiente, se era talentosa o suficiente”, diz numa das cenas. Na sessão de perguntas e respostas, ela disse que hoje está “mais certa das minhas habilidades de colocar limites”. Ela continuou: “Como mulher, descobri que é importante ser ouvida. A pior coisa é ouvir não constantemente e se fechar, se esquecer do seu real valor”. Há momentos inusitados, como quando, discutindo o figurino ligado ao novo álbum, de repente fica de topless, causando desconforto nas suas stylists. A popstar também joga um veneno para Madonna, que acusa de falar mal pelas costas. “Eu sou italiana de Nova York, se tenho problema, falo na cara”, diz Gaga. “Falar na televisão é como o cara que pede para o amigo vir falar comigo.”

O documentário deixa claro seu talento e tem força quando ela está cantando. Mas, principalmente, não falta drama. Manteiga derretida, Gaga cai no choro com facilidade – ao longo do filme de 100 minutos, são oito ou nove vezes. A mais emocionante é quando ela apresenta para sua avó a canção “Joanne”, que fez para sua tia, morta aos 19 anos. Muitas vezes, é de dor mesmo. A cantora sofre de dores crônicas desde que deslocou o quadril, três anos atrás. Tem um pequeno batalhão de massagistas e outros profissionais para ajudá-la, e em dado momento se dá conta de como tem sorte de contar com esse apoio.

Em geral, o documentário apresenta faces desconhecidas para quem não conhece muito a cantora e agrada aos fãs que sabem de todos os detalhes. Só não dá para esperar nenhum podre de verdade da cantora, só pequenos deslizes que em geral fazem com que pareça mais simpática. Gaga: Five Foot Two entra no ar na Netflix em 22 de setembro.

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