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Escolha da diretora de ‘Viúva Negra’ teve um dedo de Scarlett Johansson

Após conversas pelo Zoom com a atriz, Cate Shortland decidiu assumir o comando da produção que chegou recentemente aos cinemas e ao streaming

Por Marcelo Canquerino 14 jul 2021, 17h05

A chegada de Viúva Negra aos cinemas e no streaming causou um terremoto de magnitude global no entretenimento. O filme da heroína se tornou a melhor estreia desde o começo da pandemia nos Estados Unidos, arrecadando 80 milhões de dólares apenas nas salas de exibição. O mais novo sucesso da Marvel, porém, poderia ter sido bem diferente: a diretora Cate Shortland custou para aceitar comandar o longa — e o “sim” só veio graças à insistência de Scarlett Johansson. Em meio a conversas pelo Zoom, as duas se conheceram melhor e a atriz conseguiu fazer com que Shortland cedesse e entrasse de cabeça no projeto.  

Em seus vinte anos de carreira, a diretora australiana nunca havia chegado perto de produções de super-heróis e ficou sem entender o motivo pelo qual a Marvel a queria tanto. “Inicialmente eu disse ‘não’. Falei para o meu empresário em LA: ‘não há como eu fazer este filme e não sei por que estão me perguntando. Todo esse esforço é uma loucura’”, disse em entrevista à Variety. Shortland só não contava com os cortejos da própria intérprete da Viúva Negra – que, inclusive, havia sido responsável por indicar seu nome para a empresa de Kevin Feige. 

Cate Shortland não possui no currículo filmes de ação e nem grandes sucessos de bilheteria. Mas um em específico chamou a atenção de Scarlett Johansson: Lore, de 2012. O longa acompanha uma adolescente alemã que, em meio à II Guerra Mundial, precisa defender seus irmãos ao mesmo tempo em que busca se livrar da doutrinação nazista. Considerado uma obra-prima por Johansson, o filme foi o motivo pelo qual a atriz insistiu tanto com a diretora. Uma tarefa difícil. 

Scarlett Johansson, Florence Pugh e David Harbour com a diretora Cate Shortland nos bastidores de 'Viúva Negra' -
Bastidores de Viúva Negra. (Marvel/Divulgação)

O assunto ‘Viúva Negra’ era constantemente evitado durante as conversas. A diretora, inclusive, comparou a relação das duas às fases iniciais de um namoro. Mas, à medida que se conheciam mais, as oportunidades criativas oferecidas pelo filme tornaram-se tentadoras para a proposta não ser aceita. “Fui fisgada pela ideia de tentar contar uma história realmente pessoal e íntima em meio a tanta beleza e espetáculo. Quando realmente decidi que queria fazer, decidi 150%.”

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Mesmo se dizendo “falida”, ela pagou 10 000 dólares a uma editora para ajudá-la a montar uma espécie de teste, com cenas tiradas de filmes como Onde os Fracos Não Têm Vez e Sicario, e assim mostrar aos chefões da Marvel o que ela queria fazer com Viúva Negra. Deu certo. Vale lembrar que a diretora teve total controle dos embates viscerais do longa, trabalhando de forma colaborativa com o coordenador de dublês Darrin Prescott. A experiência vai na contramão às percepções de que a Marvel normalmente escolhe diretores pouco experientes em filmes assim, para ter controle das sequências de ação. 

Agora afastada do universo cinematográfico da Marvel, Cate Shortland mira outros projetos que fogem à ação, mas, como disse à Variety,  tem sempre em mente que a experiência de ter feito Viúva Negra curou seus receios em fazer blockbusters de super-heróis. 

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