Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Fabrício Carpinejar, o poeta que virou viral com versos em guardanapos

Com vendas impulsionadas pela pandemia, ele se estabelece como o autor pop cujas frases reconfortantes dão alento a milhões nas redes sociais

Por Amanda Capuano Atualizado em 4 jun 2024, 15h00 - Publicado em 9 out 2020, 06h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • FABRICIO-CARPINEJAR-287876.JPG2
    PATINHO FEIO - O gaúcho Carpinejar: o ex-aluno-problema agora é rei das pílulas de sabedoria – (Leo Martins/Agência O Globo)

    Se o início da vida escolar não é fácil para muitas crianças, seus obstáculos foram ainda mais árduos para o escritor Fabrício Carpinejar. O popular poeta de Caxias do Sul (RS) usava botas ortopédicas e se comunicava de um jeito peculiar. Filho de dois poetas, aprendeu a falar com metáforas e perdeu um semestre por não conseguir acompanhar as aulas, que pareciam dadas em outro idioma. O modo heterodoxo de se expressar, quem diria, rendeu-lhe na época o diagnóstico médico de “retardo mental” — prontamente refutado pela mãe, que contratou uma professora particular para dar aulas em casa ao filho. “Era como um recreio eterno”, diz ele sobre a alfa­beti­zação realizada por meio de jogos e brincadeiras. A estratégia funcionou: em dois meses, Carpinejar voltou para o convívio da sala de aula, lendo e escre­ven­do melhor do que os colegas. A introdução pouco usual às letras ainda ganhou o reforço do incentivo doméstico: seus pais escondiam fotos dentro de livros, fazendo com que ele e os irmãos caçassem os presentes ao longo da leitura. Aos 8 anos, seu primeiro poema foi impresso no convite do velório da avó. Um começo doce, mas melancólico — que diz muito sobre o que viria a ser sua carreira.

    + Compre o livro Colo, por favor” de Carpinejar
    + Compre o livro Para Onde Vai o Amor? de Carpinejar

    Hoje, aos 47, Carpinejar já publicou 45 livros, entre poemas, crônicas, romances e reflexões, todos banhados de pérolas que vão das agruras do amor até filosofias cotidianas. Colo, por Favor!, lançado em maio pela editora Planeta, tornou-se sensação entre os leitores em busca de alento no auge da pandemia. Com o sucesso da obra, ultrapassou a notável marca de 700 000 cópias vendidas na carreira. “Continuo sendo estranho, mas agora sou um estranho conhecido”, brinca. As vendas graúdas têm muito a dever à popularidade de Carpinejar tanto na televisão, onde se tornou figurinha fácil de programas como o Encontro com Fátima Bernardes, quanto nas redes sociais, que o alçaram ao posto de influenciador literário. Frases curtas de sua autoria são compartilhadas a granel por seus mais de 2,6 milhões de seguidores somados entre Facebook, Twitter e Instagram. No mundo virtual, ele adotou o que chama de “guardanapos poetizados”, em que aforismos são transcritos a mão no papel de textura que remete à dita sabedoria de bar. “A paixão emagrece, o casamento engorda, a separação envelhece, o amor-próprio rejuvenesce tudo de novo”, ensina uma das frases.

    + Compre o livro Cuide dos Pais Antes que Seja Tarde

    Continua após a publicidade

    As banalidades do dia a dia se tornaram sua matéria-prima, de brigas conjugais a conversas entre amigos. A escolha do guardanapo como meio de levar reflexões aos leitores nada tem a ver com a velha técnica do flerte — em que elogios são escritos no calor da bebedeira e enviados a um alvo com a ajudinha do garçom. Para Carpinejar, o guardanapo simboliza aquilo que é descartável, enquanto sua função de limpar pode muito bem ser aplicada à purificação dos pensamentos. “Eu me sinto um guardanapo”, analisa ele. De pérola em pérola, o ex-­patinho feio está cada vez mais valorizado ao mostrar a importância da trivialidade da vida.

    Publicado em VEJA de 14 de outubro de 2020, edição nº 2708

    VEJA RECOMENDA | Conheça a lista dos livros mais vendidos da revista e nossas indicações especiais para você.

    Continua após a publicidade

    CLIQUE NAS IMAGENS ABAIXO PARA COMPRAR

    Fabrício Carpinejar, o poeta que virou viral com versos em guardanaposFabrício Carpinejar, o poeta que virou viral com versos em guardanapos
    Colo, por favor” de Carpinejar
    Continua após a publicidade
    Fabrício Carpinejar, o poeta que virou viral com versos em guardanaposFabrício Carpinejar, o poeta que virou viral com versos em guardanapos
    Para Onde Vai o Amor? de Carpinejar
    Fabrício Carpinejar, o poeta que virou viral com versos em guardanaposFabrício Carpinejar, o poeta que virou viral com versos em guardanapos
    Cuide dos Pais Antes que Seja Tarde
    Continua após a publicidade
    logo-veja-amazon-loja

    *A Editora Abril tem uma parceria com a Amazon, em que recebe uma porcentagem das vendas feitas por meio de seus sites. Isso não altera, de forma alguma, a avaliação realizada pela VEJA sobre os produtos ou serviços em questão, os quais os preços e estoque referem-se ao momento da publicação deste conteúdo.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.