Fetiches e telefonemas picantes: as polêmicas da nova fase de ‘The Crown’
Quinta temporada aborda relações extraconjugais dos membros da realeza britânica; confira a história real por trás da ficção
Este texto contém spoilers da nova temporada de The Crown
A 5ª temporada de The Crown chegou à Netflix na quarta-feira, 9, mas já vinha gerando controvérsias bem antes de seu lançamento. A nova leva de episódios da série que dramatiza os bastidores da família real britânica agora cobre um período turbulento na vida da realeza encabeçada pela rainha Elizabeth II, no início da década de 1990, época que inclui uma série de casos extraconjungais protagonizados por três príncipes. Confira a seguir a história real por trás de cada um deles:
Príncipe Philip e Penelope Knatchbull
Um dos pontos mais controversos da temporada é um suposto caso entre o príncipe Philip e Penelope Knatchbull, a condessa Mountbatten da Birmânia, uma amiga de longa data da realeza, e 30 anos mais nova do que o marido de Elizabeth II. A produção não mostra o caso em si, mas deixa implícito que a relação pode ter ido além da amizade. Após Penélope perder uma filha, Philip se aproxima da condessa para confortá-la, e vira uma espécie de professor, a ensinando como dirigir carruagens. Em uma das cenas, ele aparece tocando na mão da “aluna” enquanto comenta sobre sua própria crise no casamento e seu afastamento de Elizabeth, dando a entender que busca um affair. A situação revoltou Dickie Arbiter, porta-voz da rainha entre 1988 e 2000. “Semanas depois da nação enterrar a rainha ao lado de Principe Philip, isso é de muito mal gosto e francamente cruel”, declarou ele.
Na vida real, Phillip costumava ser descrito como um “admirador de mulheres”, mas membros próximos da realeza negam que ele tenha de fato sido infiel. No livro Elizabeth II: Her Life in Our Time, entretanto, a biógrafa Sarah Bradford afirma o contrário. “O Duque de Edinburgh teve casos, e mais de um”, descreve ela. Sobre a relação com Knatchbull, os dois de fato eram próximos — ela, inclusive, foi uma das 30 pessoas convidadas para o velório privado de Phillip, no ano passado. Os dois foram fotografados juntos muitas vezes, mas não há evidências de que a relação tenha avançado para o terreno romântico.
Príncipe Charles e Camilla Parker Bowles
O relacionamento extraconjugal entre Charles e Camilla já foi abordado outras vezes na série, mas a nova temporada trata de um dos momentos mais embaraçosos do casal, o chamado Tampongate. Em 1993, a imprensa britânica publicou a transcrição de uma conversa íntima dos amantes, feita por telefone, que repercutiu pelo alto teor sexual. Nela, o então príncipe – atual rei na vida real – da Inglaterra disse que gostaria de viver “dentro das calças” de Camilla e reencarnar como seu seu absorvente interno (daí o nome do escândalo: tampon significa absorvente em inglês).
The Crown é fiel à conversa, que confirmou ao mundo que os dois tinham um caso de longa data. A cena descontraída, no entanto, indica que a ligação transcrita parece muito mais ousada do que a conversa em si. A série também deixou de fora um outro telefonema bombástico da época. Em 1992, o The Sun publicou uma conversa entre a princesa Diana e o ator James Gilbey. No telefonema, ela diz que Charles faz de sua vida um inferno, e demonstra preocupação em engravidar, indicando sua infidelidade em relação ao marido.
Sarah Ferguson e Príncipe Andrew
Em uma cena divertida do quarto episódio, o príncipe Andrew procura a rainha para comentar sobre seu casamento. Ele conta à mãe que há fotos da esposa, Sarah Ferguson, realizando um fetiche peculiar: tendo o dedo lambido por um homem. Ele, então, pede que ela autorize o seu divórcio.
O escândalo de fato aconteceu. Em agosto de 1992, fotos de Fergie, como Sarah era conhecida, com o consultor financeiro John Bryan foram divulgadas — incluindo a fatídica imagem em que ele aparece com o dedão do pé da mulher na boca. Na época, Sarah e Andrew estavam separados há 5 meses, desde março. O divórcio, no entanto, só aconteceu cinco anos depois, em 1996.